Boletim Letras 360º #140
Uma semana belíssima porque chegou muitas novidades interessantes. Basta ler o nosso boletim para saber o que falamos. Mas, antes disso, lembramos que já entramos no mês de nosso aniversário! Sim, entramos no 9º ano online. Quantos ainda teremos? Não temos resposta para essa pergunta. Só queremos, antecipadamente, dizer que fiquem atentos; estamos preparando surpresas! Com livros. Enquanto isso e por falar em livros, ainda está online o desafio: 1.5 mil partilhas em nome de dois exemplares da Nova reunião de poesia, de Carlos Drummond de Andrade. Mais informações aqui.
Ana Cristina Cesar, a próxima homenageada da Festa Literária Internacional de Paraty. |
Segunda-feira,
09/11
>>> Brasil: Em 2015, o
poema “Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo Neto chega aos 60 anos de
sua publicação
E para
assinalar a data, uma equipe da GloboNews partiu rumo a Pernambuco para refazer
o trajeto imaginado pelo poeta, inspirado nos milhões de Severinos que saíram
de suas terras em busca de uma vida melhor. Ao longo de duas semanas, a equipe
percorreu mais de 1,4 mil quilômetros, do Sertão, pela Zona da Mata até chegar
ao Recife, ansiosa para encontrar os Severinos e saber o que mudou, depois de
60 anos. Com trilha sonora exclusiva e narração do ator pernambucano Jesuíta
Barbosa, o resultado está no documentário Morte e Vida Severina: 60 Anos
Depois; disponível no link aqui.
>>> Estados Unidos: Um
manuscrito de Jorge Luis Borges e uma edição do primeiro livro publicado por
Federico García Lorca vão a leilão
Pela casa
Bonhams; trata-se do prólogo das célebres Crônicas marcianas, de Ray
Bradbury, escrito a mão e assinado por Borges, um profundo admirador da
literatura de ficção científica. O texto foi escrito em 1955 à pedido do editor
e tradutor espanhol do livro de Bradbury, Francisco Porrúa. Já o
primeiro libro publicado por García Lorca, Impresiones y paisajes vem acompanhado com uma das primeiras cartas do poeta a sua amiga Emilia
Llanos.
Terça-feira,
10/11
>>> Brasil: Livro
traz textos de Charles Bukowski e ilustrações originais de Robert Crumb
Há algum
tempo a obra do escritor estadunidense tem se tornado febre entre os leitores brasileiros
com contínua tradução e publicação dela em pelo menos três grandes casas
editoriais. Agora, o selo Livros da raposa vermelha / WMF Martins Fontes
publica Traz teu amor pra mim, título que reúne três contos: o que dá nome à
obra e “Não tem negócio” e “Bop Bop contra aquela cortina”.
A edição traz as ilustrações de Robert Crumb, originalmente publicados na
década de 1980 por Black Sparrow Press, Califórnia.
>>> Brasil: Um dos
maiores poemas épicos da literatura ocidental - de uma tradição que inclui a
Ilíada e a Odisseia de Homero, a Eneida de
Virgílio e a Divina comédia de Dante, ganha edição caprichada
Paraíso
perdido foi publicado originalmente em 1667, na Inglaterra, em um período
especialmente turbulento daquela nação. Seu autor, John Milton (1608-1674), foi
um dos grandes intelectuais de seu tempo e destemido apoiador da Revolução
Puritana inglesa, que depôs e executou o rei Carlos I e proclamou a
República em 1649. Com a restauração da Monarquia em 1660, Milton caiu em
desgraça e, por um problema de saúde, gradualmente acabou perdendo a visão. Foi
nessa condição que ele compôs este espantoso poema de 10.565 versos, inspirado
no Gênesis, que narra a rebelião de Satã contra Deus, a Criação do Mundo e a
Queda do Homem pela desobediência de Adão e Eva no Jardim do Éden. Dotado de uma imaginação prodigiosa, por vezes herética, Milton, que havia
defendido o divórcio, a liberdade de imprensa e até a poligamia, criou aqui o
clássico da literatura cristã do século XVII. A edição publicada pela Editora
34, bilíngue, traz a elogiada tradução do premiado poeta português Daniel
Jonas, que segue de perto a versificação e a musicalidade do original.
Completam o volume as notas e o posfácio do tradutor, uma apaixonada
apresentação do crítico Harold Bloom, e a fantástica série de cinquenta
ilustrações de Gustave Doré, publicadas em 1866.
Quarta-feira,
11/11
>>> Portugal: Crónica
da Manhã será publicada em dezembro e tem o nome do programa da RDP que Agustina Bessa-Luís assinou no final da década de 1970
O livro
reúne 23 crônicas que foram proferidas pela escritora portuguesa no programa da
RDP Crónica da manhã, que ia ao ar diariamente às sextas-feiras, havendo ao
domingo um compacto intitulado Sete Crónicas, com edição de Mário Figueiredo.
São textos de entre 06 de outubro de 1978 a 23 de fevereiro de 1979. O livro
integra uma série de publicações de inéditos como os já editados cinco manuscritos
da década de 1960 que integram o volume Elogio inacabado, publicado
em agosto de 2014 (cf. noticiamos por aqui), pela Fundação Calouste Gulbenkian.
>>> Brasil: Todo
mundo tem direito a um segredo, de Lia Sanders é o primeiro romance no
catálogo da jovem editora substânsia
“Os
mistérios da vida são inúmeros, e a vida de uma moça órfã de pai e mãe acaba
por ser feita de inúmeros furos, que apenas pouquíssimas pessoas têm
conhecimento. Rebeca, a avó que tudo esconde, mas que, aos poucos, vai tecendo
sua história por sua neta, acaba revelando os momentos esquecidos,
transparecendo, aos poucos, como em uma fotografia que lentamente flui do
invisível para o visível. É assim que Lia Sanders inaugura na literatura” – e é assim que se lê na divulgação da editora substânsia deste que é também o
seu primeiro romance. Todo mundo tem direito a um segredo já nasceu
premiado: em 2013 recebeu uma das três menções honrosas do Prêmio Sesc de
Literatura.
>>> Brasil: Os cinquenta
anos de uma obra precursora do ponto alto da literatura de Hermann Hesse no
Brasil e uma edição comemorativa para a celebração
Publicado
pela primeira vez no Brasil em 1965, o romance Demian (Tradução de
Ivo Barroso) é tido como um divisor de águas na trajetória de Hermann Hesse,
prêmio Nobel de Literatura em 1946. A partir dos questionamentos do jovem Emil
Sinclair sobre a humanidade, com suas contradições e dualidades, Hesse descreve
o processo de busca do indivíduo pela realização interior e pelo
autoconhecimento. É com ele que o autor inicia o caminho que vai desaguar em
sua obra-prima, O lobo da estepe, cujo protagonista, Harry Haller,
é considerado o Sinclair na maturidade. Emil Sinclair é um menino que vê o
mundo a partir da separação entre a sua casa (o paraíso) e a rua (o inferno).
Dividido entre a luta contra os vícios e a manutenção das virtudes, ele conhece
Max Demian, um colega de escola que parece bem mais velho. Com Demian, Sinclair
começa a vislumbrar a complexidade e as múltiplas visões sobre a vida. O título
sairá pelo Grupo
Editorial Record.
Quinta-feira,
12/11
>>> Brasil: Edição
comemorativa dos 150 anos de Iracema, de José de Alencar
É este um
clássico da literatura brasileira e a edição especial sai pela Fortunella Casa
Editrice (Conhecem? É uma editora aqui do Rio Grande do Norte).
Iracema sairá com capa dura, tiragem limitada e numerada. São
apenas 150 exemplares. A edição especial dá início a uma série de clássicos
brasileiros editada pela casa. Os próximos serão O cortiço, de
Aluísio Azevedo, que completa agora 125 anos, e Triste fim de Policarpo
Quaresma, de Lima Barreto, que fará 100 anos em formato de livro em 2016.
Feita com exclusividade para esta edição, a arte da capa de Iracema é uma aquarela de autoria do artista plástico e professor da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte Vicente Vitoriano. O prefácio é assinado pelo
jornalista e escritor Lira Neto. A edição especial não será comercializada em
livrarias. Ela poderá ser adquirida diretamente pela loja virtual da editora.
>>> Brasil: Primeiro EP
da ALira, “O poeta é um fingidor”, será lançado durante a Festa
Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto)
Com a proeza
de musicar poemas famosos de autores consagrados, a banda ALira lançará seu
primeiro trabalho, um EP com sete faixas poéticas e musicais. O nome “O poeta é
um fingidor” é da canção em destaque do disco baseada nos poemas de Fernando
Pessoa “Autopsicografia” e “Isto”, e conta com a
participação do rapper Fábio Brazza. Além de Pessoa, o disco apresenta “poemas musicados" de Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana,
Casimiro de Abreu e Mário de Andrade, algumas já delas já divulgadas a algum
tempo como videoclipe na web como, “E agora, José?”
>>> Brasil: Toda a
poesia de Sebastião Uchoa Leite será publicada numa parceria entre a Companhia
Editora de Pernambuco (Cepe) e a Cosac &
Naify
O anúncio
veio através do Suplemento
Pernambuco, que publicou um texto sobre a obra do poeta. Na poesia de Uchoa
Leite “não há a ansiedade que antecede o medo de enxergar o abismo que há
em si: seus versos, de tão urgentes, são o próprio abismo. O poeta, que
confessou jamais sentir a tal “angústia da influência tarimbada por Harold
Bloom, deixou um legado que navegou escolas e estéticas tão plurais, que se
embaralharam num complexo quebra-cabeças de metáforas pulverizadas, autoironia
profunda e um lirismo brutal em forma e conteúdo”, diz o texto. Em 2015, o poeta completaria 80
anos. O volume Poesia completa, que ainda não tem data de
lançamento, apresenta a produção de Uchoa Leite por ordem de feitura dos
poemas.
Sexta-feira,
13/11
>>> Brasil: A
Universidade Federal do Rio de Janeiro e a editoria de digitais e-galáxia se unem na criação
do selo S/Z, que publicará, mensalmente, a partir de fevereiro de 2016, ensaios
escritos por importantes pensadores contemporâneos
A curadoria
é de Heloisa Buarque de Hollanda, quem assina “Ascensão e queda da noção
de autoria”; o texto de estreia será “Por que amo Rosa”, do
crítico Silviano Santiago sobre a obra de Guimarães Rosa. Na lista de
publicações seguintes estão ainda ensaios de, entre outros, Eucanaã Ferraz,
sobre a relação de Carlos Drummond de Andrade com a caricatura; Ferreira
Gullar, Roberto Schwarz e Francisco Alvim, cada um escreverá texto sobre a
poesia; e George Yudice, quem tece um panorama acerca dos Estudos Culturais na
América Latina.
>>> Portugal: A gênese e o
processo criativo de Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago
Os leitores
do Letras in.verso e
re.verso sabem desde junho, quando iniciamos uma campanha sobre, dos
20 anos da publicação de um dos romances mais significativos da literatura. Para
marcar a data, chega às livrarias portuguesas pela Porto Editora e a Fundação
José Saramago, Ensaio sobre a cegueira: a arquitetura de um
romance. O livro reúne uma compilação do dia a dia do escritor, desde os
seus diários às intervenções públicas, sobre a escrita da obra. No anúncio
realizado pela Fundação José
Saramago, frisa-se que este livro será oferecido ao leitor na compra de um
exemplar de Ensaio sobre a cegueira e estará nas livrarias nos
próximos dias.
>>> Brasil: A Festa Literária
Internacional de Paraty 2016 homenageará Ana Cristina Cesar
Uma mulher,
poeta e expoente da literatura marginal brasileira nos anos 1970, eis um breve
perfil da homenageada da próxima FLIP, um dos principais eventos literários do
Brasil. Ana C., como gostava de ser reconhecida, é um ícone da literatura
brasileira e tem sua obra dividida entre a poesia (gênero que mais praticou), a
tradução e a crítica literária. A notícia chega numa hora em que a atenção se
volta para literatura escrita por mulheres; Ana é a segunda escritora lembrada
em 13 anos do evento: a outra foi Clarice Lispector em 2005. Além de endossar
essa pauta sobre os movimentos de mulheres em prol de liberdades individuais e
direitos coletivos que ganham, desde outubro, as ruas do país, põe em foco a
Poesia Marginal, movimento do qual fez parte e que eclodiu com a antologia 26 poetas hoje, de Heloísa Buarque de Hollanda, em 1975. Também amplia
o resgate da sua obra marcado em 2013 com a publicação de toda sua obra em
poesia no volume Poética, organizado por Armando Freitas Filho.
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