Boletim Letras 360º #137
Um dos arquivos mais importantes para os estudos literários está agora ao alcance dos visitantes: o de Gabriel García Márquez. Saiba mais informações ao longo deste boletim. |
A cada semana nos surpreendemos mais e mais com a extensão desse belo universo chamado literatura. Novos nomes, novos títulos, novos achados de outra gente tão interessada como somos pelo universo das letras. Por isso, partilhamos diariamente notícias boas; com tanta mídia-lixo sabemos que andamos na contramão com pequenos passos, mas na contramão. E quem concorda com esse perfil de vida nos chega, nos segue. Abaixo, está o que foi de boa notícia passada em nossa página no Facebook.
Segunda-feira,
19/10
>>> Brasil: No projeto de reedição da obra de Cyro dos Anjos, O amanuense Belmiro
Escrever como um ato de resistência: esta pode ser a definição para uma narrativa cujo enredo se constrói através do diário de Belmiro, um amanuense (escrevente do Estado), que para salvar-se da mediocridade da repartição pública e de uma vida insossa, resolve escrever suas memórias de infância. A personagem, porém, descreve seu cotidiano durante o Natal de 1934 e o Carnaval de 1936. A obra alcança 70 anos agora em 2015 e cada vez mais é lida como enorme interesse pela crítica e pelos leitores.
>>> Brasil: Um festival com literatura e música, o Terceiro Festival Literário de Natal (FLIN)
Ocorre de 4 a 7 de novembro, na Praça Augusto Severo, na Ribeira. Pelo encontro passarão nomes como Reinaldo Moraes, Marina Colasanti, Eucanaã Ferraz, Mary del Priore, Antonio Carlos Secchin, Antonio Cicero, Eduardo Jardim e Gilberto Gil. Um dos nossos colunistas, o Thiago Gonzaga, estará na coordenação de uma das mesas literárias. Confira toda a programação aqui.
Terça-feira, 20/10
>>> Portugal: O escritor português Bruno Vieira Amaral, com o romance As primeiras coisas, é o vencedor do Prêmio José Saramago 2015
A obra distinguida foi publicada em Portugal em 2013, pela Quetzal Editores e já recebeu outras distinções desde então, como Prêmio Literário Fernando Namora, o Prêmio PEN Clube Narrativa e a distinção Livro do Ano atribuída pela revista Time Out. O escritor, que nasceu em 1978, inspirou-se no bairro onde cresceu: o Vale da Amoreira, no concelho da Moita, distrito de Setúbal para a criação da narrativa que se passa no bairro fictício Amélia. Este é o seu primeiro romance. Atribuído pela Fundação Círculo de Leitores a cada dois anos, o Prêmio José Saramago distingue jovens escritores por uma obra de ficção, romance ou novela, publicada em qualquer país de língua portuguesa e já distinguiu nas edições anteriores nomes como Paulo José Miranda, José Luís Peixoto, Adriana Lisboa, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo, Andréa del Fuego e Ondjaki.
>>> Portugal: A edição 41 da Revista Blimunda está online
“Um país pode ser pobre, e é isso que somos, mas não terá de ser fatalmente mesquinho, e é isso que temos sido” - o fragmento é do discurso de José Saramago por ocasião da recepção, em 1986, do Prêmio Dom Dinis. Este é um dos destaques desta edição que traz ainda uma entrevista com Alberto Manguel, sobre as cartas disponibilizadas online pelo Instituto Moreira Salles e lembra os 150 anos de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, entre outros assuntos. O leitor pode baixar gratuitamente aqui.
>>> Brasil: Chega ao país edição com as cartas de Ernest Hemingway
O primeiro volume reúne missivas do escritor dos anos 1907 a 1922. As cartas revelam um indivíduo mais complexo do que sugere a personalidade pública de homem durão: filho dedicado, irmão afetuoso, amante apaixonado, marido reverente, amigo espirituoso e escritor disciplinado. Despreocupados, os arquivos registram as experiências que inspiraram a arte do escritor, permitem compreender seu processo criativo e deixam clara a avaliação sincera que ele faz de sua própria obra e da obra de seus contemporâneos. As cartas são relatos instantâneos de fatos e relacionamentos que, da maneira mais profunda, deram forma à vida e à obra de Hemingway. A publicação é da Editora WMF Martins Fontes.
Quarta-feira, 21/10
>>> Brasil: Estas são as edições do diário Hospício é Deus (1965) e da coletânea de contos O sofredor do ver (1968), de Maura Lopes Cançado
Há alguns meses noticiamos sobre a reedição dessas obras há muito fora de circulação e agora relançados pela Autêntica Editora em edição especial. Os livros estão reunidos numa caixa e acrescidos de um perfil biográfico, escrito pelo jornalista Maurício Meireles. Maura, que ambicionava ser a maior escritora da língua portuguesa e que já na adolescência pilotava aviões, saiu do interior de Minas Gerais para Belo Horizonte e, na década de 1950, para o Rio de Janeiro, onde passou a conviver com poetas, artistas e intelectuais, sobretudo do mundo literário. Aclamada como grande revelação da literatura brasileira em seu tempo, sua obra é fortemente marcada por sua experiência como paciente de hospitais psiquiátricos em Minas e no Rio. Entre romances, escândalos e diversas internações, ela publicou, na década de 1960, dois livros, que a tornariam uma das autoras mais comentadas da época.
>>> França: Uma edição com os primeiros manuscritos de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust
Primeiro foi uma torrada com mel, depois um biscoito tradicional, duro, e, finalmente uma madeleine, esses biscoitinhos de textura algodoada e ligeiramente doce; essa foi a evolução de um dos elementos-chaves da literatura de Marcel Proust em seu ciclo narrativo Em busca do tempo perdido. As três versões manuscritas estão incluídas numa edição fac-similar dos três cadernos tipo moleskine publicada pela Éditions des Saint-Pères, na França. São cadernos nunca vistos antes que permitem voltar a genealogia literária do momento mais emblemático do universo proustiano.
Quinta-feira, 22/10
>>> Brasil: Uma coleção de biografias sobre personalidades da cultura potiguar
Chama-se Presença. E os quatro primeiros livros chegam aos leitores a partir da próxima semana, dia 28 de outubro, quando serão apresentados, às 18h, na Academia Norte-rio-grandense de Letras. Os primeiros títulos são Câmara Cascudo, com vivência, escrito por Diógenes da Cunha Lima; Ademilde Fonseca, a potiguar no choro brasileiro, escrito pela pesquisadora Leide Câmara; Noilde Ramalho, a educadora maior, pela professora Eulália Barros; Januário Cicco, um homem de muitas lutas, escrito pelo médico e escritor Iaperi Araújo; e Augusto Severo, emergindo da ciência, feito pelo jornalista e biógrafo, Alexis Peixoto, atualmente radicado em São Paulo. O projeto pretende colocar no mercado cinco ensaios biográficos por semestre, totalizando dez ao ano, e é idealizado por José Correia, Ivan Júnior e Yasmine Lemos, que pretendem não fechar a coleção apenas com ensaios do gênero; querem outras coleções com outros temas, como grandes acontecimentos, histórias de bairros, dentre outros fatos.
>>> Estados Unidos: A Universidade do Texas abre para consulta o extenso arquivo de Gabriel García Márquez
Fotografias, revisões manuscritas de texto, áudio com gravações de entrevistas e versões de seu romance inacabado Em agosto nos vemos estão entre as peças que desde o início do ano passavam por catalogação dos pesquisadores no já chamado novo panteão dos escritores. Dentre as raridades está uma versão da primeira edição de O amor nos tempos do cólera revista pelo escritor, onde pode-se ver o seu exímio zelo com o texto: na pág. 221, nota, a palavra "novidade" está repetida quatro vezes! O arquivo no Texas é composto por 78 caixas de papéis, 43 álbuns de fotografias e 22 cadernos de anotações e rascunhos, já parcialmente digitalizados. Online o leitor tem acesso a uma carta de GGM a Salman Rushdie, ao discurso de recepção do Prêmio Nobel de Literatura (datiloscrito e áudio) e partes de O amor nos tempos do cólera e Crônica de uma morte anunciada. Aqui.
>>> Brasil: Quatro livros da jornalista Svetlana Alexievich serão traduzidos e publicados pela Companhia das Letras
A revelação veio através de uma nota publicada no blog da editora. Os títulos a serem lançados são Time second hand, War’s Unwomanly Face, Last witnesses e Voices from Chernobyl, ainda sem previsão de data para o lançamento. Até agora, desses títulos, o único que leitor brasileiro tem em língua portuguesa é o último, publicado em Portugal no início de 2015.
>>> Brasil: No projeto de reedição da obra de Cyro dos Anjos, O amanuense Belmiro
Escrever como um ato de resistência: esta pode ser a definição para uma narrativa cujo enredo se constrói através do diário de Belmiro, um amanuense (escrevente do Estado), que para salvar-se da mediocridade da repartição pública e de uma vida insossa, resolve escrever suas memórias de infância. A personagem, porém, descreve seu cotidiano durante o Natal de 1934 e o Carnaval de 1936. A obra alcança 70 anos agora em 2015 e cada vez mais é lida como enorme interesse pela crítica e pelos leitores.
>>> Brasil: Um festival com literatura e música, o Terceiro Festival Literário de Natal (FLIN)
Ocorre de 4 a 7 de novembro, na Praça Augusto Severo, na Ribeira. Pelo encontro passarão nomes como Reinaldo Moraes, Marina Colasanti, Eucanaã Ferraz, Mary del Priore, Antonio Carlos Secchin, Antonio Cicero, Eduardo Jardim e Gilberto Gil. Um dos nossos colunistas, o Thiago Gonzaga, estará na coordenação de uma das mesas literárias. Confira toda a programação aqui.
Terça-feira, 20/10
>>> Portugal: O escritor português Bruno Vieira Amaral, com o romance As primeiras coisas, é o vencedor do Prêmio José Saramago 2015
A obra distinguida foi publicada em Portugal em 2013, pela Quetzal Editores e já recebeu outras distinções desde então, como Prêmio Literário Fernando Namora, o Prêmio PEN Clube Narrativa e a distinção Livro do Ano atribuída pela revista Time Out. O escritor, que nasceu em 1978, inspirou-se no bairro onde cresceu: o Vale da Amoreira, no concelho da Moita, distrito de Setúbal para a criação da narrativa que se passa no bairro fictício Amélia. Este é o seu primeiro romance. Atribuído pela Fundação Círculo de Leitores a cada dois anos, o Prêmio José Saramago distingue jovens escritores por uma obra de ficção, romance ou novela, publicada em qualquer país de língua portuguesa e já distinguiu nas edições anteriores nomes como Paulo José Miranda, José Luís Peixoto, Adriana Lisboa, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo, Andréa del Fuego e Ondjaki.
>>> Portugal: A edição 41 da Revista Blimunda está online
“Um país pode ser pobre, e é isso que somos, mas não terá de ser fatalmente mesquinho, e é isso que temos sido” - o fragmento é do discurso de José Saramago por ocasião da recepção, em 1986, do Prêmio Dom Dinis. Este é um dos destaques desta edição que traz ainda uma entrevista com Alberto Manguel, sobre as cartas disponibilizadas online pelo Instituto Moreira Salles e lembra os 150 anos de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, entre outros assuntos. O leitor pode baixar gratuitamente aqui.
>>> Brasil: Chega ao país edição com as cartas de Ernest Hemingway
O primeiro volume reúne missivas do escritor dos anos 1907 a 1922. As cartas revelam um indivíduo mais complexo do que sugere a personalidade pública de homem durão: filho dedicado, irmão afetuoso, amante apaixonado, marido reverente, amigo espirituoso e escritor disciplinado. Despreocupados, os arquivos registram as experiências que inspiraram a arte do escritor, permitem compreender seu processo criativo e deixam clara a avaliação sincera que ele faz de sua própria obra e da obra de seus contemporâneos. As cartas são relatos instantâneos de fatos e relacionamentos que, da maneira mais profunda, deram forma à vida e à obra de Hemingway. A publicação é da Editora WMF Martins Fontes.
Quarta-feira, 21/10
>>> Brasil: Estas são as edições do diário Hospício é Deus (1965) e da coletânea de contos O sofredor do ver (1968), de Maura Lopes Cançado
Há alguns meses noticiamos sobre a reedição dessas obras há muito fora de circulação e agora relançados pela Autêntica Editora em edição especial. Os livros estão reunidos numa caixa e acrescidos de um perfil biográfico, escrito pelo jornalista Maurício Meireles. Maura, que ambicionava ser a maior escritora da língua portuguesa e que já na adolescência pilotava aviões, saiu do interior de Minas Gerais para Belo Horizonte e, na década de 1950, para o Rio de Janeiro, onde passou a conviver com poetas, artistas e intelectuais, sobretudo do mundo literário. Aclamada como grande revelação da literatura brasileira em seu tempo, sua obra é fortemente marcada por sua experiência como paciente de hospitais psiquiátricos em Minas e no Rio. Entre romances, escândalos e diversas internações, ela publicou, na década de 1960, dois livros, que a tornariam uma das autoras mais comentadas da época.
>>> França: Uma edição com os primeiros manuscritos de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust
Primeiro foi uma torrada com mel, depois um biscoito tradicional, duro, e, finalmente uma madeleine, esses biscoitinhos de textura algodoada e ligeiramente doce; essa foi a evolução de um dos elementos-chaves da literatura de Marcel Proust em seu ciclo narrativo Em busca do tempo perdido. As três versões manuscritas estão incluídas numa edição fac-similar dos três cadernos tipo moleskine publicada pela Éditions des Saint-Pères, na França. São cadernos nunca vistos antes que permitem voltar a genealogia literária do momento mais emblemático do universo proustiano.
Quinta-feira, 22/10
>>> Brasil: Uma coleção de biografias sobre personalidades da cultura potiguar
Chama-se Presença. E os quatro primeiros livros chegam aos leitores a partir da próxima semana, dia 28 de outubro, quando serão apresentados, às 18h, na Academia Norte-rio-grandense de Letras. Os primeiros títulos são Câmara Cascudo, com vivência, escrito por Diógenes da Cunha Lima; Ademilde Fonseca, a potiguar no choro brasileiro, escrito pela pesquisadora Leide Câmara; Noilde Ramalho, a educadora maior, pela professora Eulália Barros; Januário Cicco, um homem de muitas lutas, escrito pelo médico e escritor Iaperi Araújo; e Augusto Severo, emergindo da ciência, feito pelo jornalista e biógrafo, Alexis Peixoto, atualmente radicado em São Paulo. O projeto pretende colocar no mercado cinco ensaios biográficos por semestre, totalizando dez ao ano, e é idealizado por José Correia, Ivan Júnior e Yasmine Lemos, que pretendem não fechar a coleção apenas com ensaios do gênero; querem outras coleções com outros temas, como grandes acontecimentos, histórias de bairros, dentre outros fatos.
>>> Estados Unidos: A Universidade do Texas abre para consulta o extenso arquivo de Gabriel García Márquez
Fotografias, revisões manuscritas de texto, áudio com gravações de entrevistas e versões de seu romance inacabado Em agosto nos vemos estão entre as peças que desde o início do ano passavam por catalogação dos pesquisadores no já chamado novo panteão dos escritores. Dentre as raridades está uma versão da primeira edição de O amor nos tempos do cólera revista pelo escritor, onde pode-se ver o seu exímio zelo com o texto: na pág. 221, nota, a palavra "novidade" está repetida quatro vezes! O arquivo no Texas é composto por 78 caixas de papéis, 43 álbuns de fotografias e 22 cadernos de anotações e rascunhos, já parcialmente digitalizados. Online o leitor tem acesso a uma carta de GGM a Salman Rushdie, ao discurso de recepção do Prêmio Nobel de Literatura (datiloscrito e áudio) e partes de O amor nos tempos do cólera e Crônica de uma morte anunciada. Aqui.
>>> Brasil: Quatro livros da jornalista Svetlana Alexievich serão traduzidos e publicados pela Companhia das Letras
A revelação veio através de uma nota publicada no blog da editora. Os títulos a serem lançados são Time second hand, War’s Unwomanly Face, Last witnesses e Voices from Chernobyl, ainda sem previsão de data para o lançamento. Até agora, desses títulos, o único que leitor brasileiro tem em língua portuguesa é o último, publicado em Portugal no início de 2015.
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Agradeço.