Boletim Letras 360º #126
O n.11 do caderno-revista 7faces apresenta manuscritos inéditos de Manoel de Barros, o homenageado da edição. Mais informações ao longo deste boletim. |
Alcançamos mais uma semana. A de n.126 desde que decidimos contar as semanas com esses boletins. Claro, o blog tem mais idade. E já nos aproximamos de 9 anos on-line! Nunca achamos que chegássemos a tanto! A seguir você tem todas as notícias que circularam durante a semana em nossa página no Facebook. Acompanhem:
Segunda-feira,
03/08
>>> Estados Unidos: "Temperature" é um conto de F. Scott Fitzgerald que por décadas se pensou estar perdido e
agora virá a lume
Concluído em
julho de 1939, um antes da morte do escritor, o conto narra a história de um
escritor beberrão diagnosticado com uma doença cardíaca - enredo que muito se
aproxima do que vivia o próprio Fitzgerald na ocasião: entregue ao álcool, sem
perspectivas de manter seu vínculo com Hollywood e hospitalizado por várias
vezes até morrer de um infarto. O cenário de "Temperature" é a cidade de Los
Angeles e Emmet Monsen, o escritor, conta com com 31 anos. O texto foi
encontrado por Andrew F. Gully, editor de The Strand, quando
buscava livros raros e outros arquivos manuscritos no acervo de Fitzgerald,
hoje na Universidade de Princeton. O texto sai na edição deste mês do periódico
de Gully.
>>> Brasil: Edição
revela manuscritos inéditos de Manoel de Barros
O n.11 do Caderno-revista 7faces foi
publicado online no último dia 30 de julho e reúne a poesia de nomes como Mia
Couto, Valter Hugo Mãe, Marcelino Freire e Ondjaki. Em homenagem a Manoel de
Barros, Cesar Kiraly, Vicente Franz Cecim e Maria Heloísa Martins Dias tecem
considerações sobre o poeta e sua obra, além dos depoimentos da filha Martha
Barros, do crítico José Castello e do escritor José Eduardo Agualusa. O grande
achado da edição é o conjunto de manuscritos inéditos de Manoel de Barros
cedidos pelo poeta amigo de Manoel, Douglas Diegues. A edição pode ser acessada
a partir aqui.
>>> Brasil: Vargas Llosa
lê Madame Bovary, de Flaubert
Além da
prosa, o escritor peruano tem se dedicado à leitura de alguns nomes da
literatura universal. Foi assim, por exemplo, com Victor Hugo em A
tentação do impossível, editado por aqui pela Alfaguara Brasil. A mesma
editora vai lançar em setembro A orgia perpétua; o livro é uma reedição
praticamente desconhecida dos leitores brasileiros que têm uma última tradução
nos anos 1970. A orgia... trata-se de uma análise crítica de Madame Bovary, de Gustave Flaubert.
Terça-feira,
04/08
>>> Brasil: Edição
traz a lume como eram alguns dos títulos mais importantes do Modernismo no
Brasil
Se há uma
marca do Modernismo ela atende pela publicação em revistas. No Brasil foram
muitas, embora as mais conhecidas tenham sido a Klaxon e Antropofogia.
Agora, a Imprensa Oficial lança uma caixa com seis volumes, que incluem, além
desses dois títulos, Verde, Terra roxa, A Revista e Estética. A coleção Revistas do Modernismo – 1922-1929 é formada por uma caixa com seis edições
fac-similares das revistas centrais do modernismo brasileiro da década de 1920.
Cada volume inclui a reprodução integral de todos os números de cada revista,
com indexação geral à parte. Para cada conjunto há um ensaio autoral dos
especialistas Eucanaã Ferraz, Ivan Marques, Antonio Arnoni Prado, Gênese
Andrade, Eduardo Coelho e Júlio Castañon.
>>> Brasil: O Instituto Moreira Salles abre
aos leitores, a partir do dia 11/08/15, uma página na web com algumas das
missivas mais importantes das letras brasileiras
Armando
Freitas Filho, Ana Cristina Cesar, Erico Verissimo e Lygia Fagundes Telles são
algumas das personagens que farão parte do acervo eletrônico. Grande parte das
correspondências que integram o Correio IMS são inéditas. A ideia vem a lume
depois que o Instituto organizou uma série de cursos com o título
"Remetente / Destinatário" cujo destaque, para além dos nomes aqui
mencionados, foram Fernando Pessoa - Ofélia Queiroz, Mário de Andrade - Manuel
Bandeira, Elizabeth Bishop ou Franz Kafka. Aqui.
Quarta-feira,
05/08
>>> Brasil: Para sempre
Frida Kahlo. Editora prepara lançamento de uma biografia romanceada sobre a
artista mexicana
O título de
Rauda Jamis deve sair pela Editora Martins Fontes em setembro durante a Bienal
do Livro do Rio de Janeiro. Trata-se de um texto escrito com base nas
principais fontes de pesquisa por esta jornalista e romancista de origem
mexicana, nascida em Cuba e que trabalha como psicoterapeuta em Paris. Do
México revolucionário aos salões nova-iorquinos e galerias parisienses, a
narrativa acompanha a vida e a construção da obra de Frida.
>>> Portugal: Morreu a
escritora Ana Hatherly
Nascida no
Porto em 1929, Hatherly teve um percurso transversal no cinema, artes plásticas,
poesia e prosa, cruzando quase sempre as diferentes expressões artísticas. Tem
o nome inscrito na vanguarda da poesia e na forma como o poema é escrito no
papel, tornando-se numa obra visual. Licenciada em Filologia Germânica e
doutora em Estudos Hispânicos, Ana Hatherly tem ainda formação em cinema e
música e foi professora catedrática da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
da Universidade Nova de Lisboa, onde co-fundou o Instituto de Estudos
Portugueses. A autora foi ainda uma das fundadores do PEN Clube Português e tem
o nome inscrito na criação das revistas Claro-Escuro e
Incidências. Iniciou a carreira literária em 1958, tendo publicado
nos primeiros anos as obras Um ritmo perdido e As
aparências. Eros frenético, Anagramas, A
dama e o cavaleiro, a série Tisanas, Rilkeana, A mão inteligente e O cisne intacto: outras metáforas - notas
para uma teoria do poema-ensaio, entre outras, premiadas dentro e fora de
seu país.
>>> Brasil: Livrarias
recebem texto inédito de Jean-Paul Sartre
O que
é a subjetividade? é resultado de uma conferência do pensador francês a
convite do Instituto Gramsci de Roma em 1961; nela perscruta a pergunta que lhe
inquieta desde a juventude, sempre esbarrada em nomes do pensamento marxista
como Lukács, quem denunciava o nascente existencialismo sartriano como uma arma
ideológica da burguesia. Na ocasião, a saída de Sartre, já rival dos marxistas
franceses, e para não bater de frente com os italianos foi buscar responder a
questão pela leitura de A cartuxa de parma, de Stendhal ou Madame Bovary, de Flaubert.
Quinta-feira,
06/08
>>> Brasil: Uma conversa
de 12 horas com Susan Sontag
Susan Sontag
foi uma escritora, crítica de arte e forte ativista pelos Direitos Humanos. Em
1978, Jonathan Cott, um dos fundadores da revista 'Rolling Stone', entrevistou
Sontag pela primeira vez em Paris e, posteriormente, em Nova York. Publicado
pela prestigiosa editora de Yale, o livro Susan Sontag: entrevista completa
para R Stone traz a transcrição completa das entrevistas (apenas um terço das
12 horas havia sido editado). Nele estão reunidas sua visão de mundo, sua
trajetória, seus embates pela liberdade de expressão, comentando, a fundo, suas
obras que influenciaram várias gerações. Inclui, ainda, prefácio e as
lembranças de Jonathan Cott. A tradução é de Rogerio Bettoni e a edição da Autêntica Editora.
>>> Inglaterra: Escrever um
livro em 75 minutos? É possível?
O Nine
Worlds Geek Fest quer realizar esse feito. No próximo final de semana é dada
largada para mais uma edição do evento em Londres que vai celebrar este ano a
literatura de ficção científica escrevendo. A ideia de escrever um livro do
gênero em 75 minutos será conduzida pelo escritor Chris Farnell. Cerca de
cinquenta participantes debatem o enredo e as personagens, e cada um terá um
capítulo a seu cargo. No fim, juntam-se os capítulos, revê-se, e está pronta a
obra que ficará disponibilizada em formato digital e de forma gratuita.
Sexta-feira,
07/08
>>> Brasil: Mais dois
títulos da coleção Murilo Mendes são reeditados
Desde 2014,
a Cosac Naify iniciou
o primoroso trabalho de reedição da obra do poeta Murilo Mendes. Agora são
publicados mais dois títulos do poeta. Num volume, reúne-se dois títulos
escritos em 1959 e, na ocasião, editados separadamente: Siciliana e Tempo espanhol. Os dois títulos fazem alusão a obras, monumentos e
cidades vistos por Murilo Mendes em uma década em que viajou pela Europa. O
segundo título é As metamorfoses, escrito entre 1938 e 1941,
durante alguns dos momentos mais dramáticos da Segunda Guerra Mundial.
>>> Brasil: Depois
dos salões de Paris uma ida aos bastidores de Hollywood durante a Grande
Depressão
A Editora
Carambaia, que publicou por esses dias a luxuosa edição com inéditos de Marcel
Proust enriquece seu catálogo com um título de Nathanael West. O
dia do gafanhoto é um passeio com personagens que circulam pelos
estúdios, mansões de milionários, bordéis, rinhas de galo e sets de filmagem da
cidade de Los Angeles. Publicado pela primeira vez em 1939 (no Brasil uma das
edições mais recente é a de 1985 pelo então Círculo do Livro) e adaptado para o
cinema em 1975 por John Schlesinger, o livro traz também uma seleção de contos,
ensaios e o único poema escrito por West, revelados no espólio do autor.
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