Raduan Nassar: apresentação de um escritor entre tradição e pós-modernidade
Por Maria
José Cardoso Lemos
Raduan Nassar. Foto: Antonio Milena. |
Descrever a
trajetória de Raduan Nassar é uma tarefa perigosa, pois ele embaralha seus
rastros, quer pelo silêncio, quer pela repetição constante de suas respostas,
respostas sempre pouco esclarecedoras, como que a evitar uma autorreflexão
sobre sua obra. Alguns, irritados com sua postura, pensam até tratar-se de uma
estratégia de marketing desse ator / autor
que interage com sua pequena obra-prima na sua recepção atual, obra que,
parcimoniosamente, vem retornando sempre ao cenário cultural por meio de novas
publicações, traduções e adaptações cinematográficas.
Raduan
Nassar é filho de imigrantes libaneses que chegaram ao Brasil em 1920, se
instalando em Pindorama, no norte do Estado de São Paulo. Nascido em 1935,
vinte anos depois mudou-se para São Paulo, onde se formou em Filosofia.
Em 1967,
fundou com seus irmãos o Jornal de Bairro,
um semanário que chegou a atingir a tiragem de 160 mil exemplares.
Nassar publicou,
em 1975, Lavoura arcaica – um romance
que, no ano seguinte, receberia o prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras
e inúmeros elogios da crítica – e, em 1978, a novela Um copo de cólera. Ambos são livros que, mesmo escritos durante a
ditadura militar no Brasil e tematizarem a violência e a constituição de
valores, evitam, entretanto, a literatura engajada bastante comum naquele
período. Desde então, Nassar para de escrever e passa a se dedicar a outras
criações: hoje é fazendeiro.
Em setembro
de 1996, quando consagrou o seu segundo número a Nassar, à revista paulista Cadernos de Literatura Brasileira o
escritor num desejo de escapar a uma institucionalização completa, participou
da entrevista de maneira irreverente, postura que pode ser sentida pelas declarações
desconcertantes que então fez, como esta: “[…] a melhor literatura brasileira
não tem sido produzida aqui neste Estado, por que São Paulo faz tanto barulho?”
Uma outra
declaração bastante explosiva foi aquela em que afirma: “[…] não há criação
artística ou literária que se compare a uma criação de galinhas.” E continua
explicando sua relação com a escrita e a instituição literária: “Eu sou mais
como galinha caipira. Não boto um ovo de dia e outro de noite, sob luz
artificial. Não entro muito nessa história de que o escritor precisa se
profissionalizar. Mesmo esse conceito de obra… Às vezes em 50 páginas você pode
dizer muito mais que em dez livros. Depois, há tantos autores de um único livro
que dizem tanta coisa!
O jornalista
Augusto Nunes, colaborador, em 1973, do Jornal
de Bairro, reforça esse lado do personagem que exprime um distanciamento e
um grande ceticismo em relação à sua atividade de escritor, “aplicados” somente
após o fim do trabalho. A escritura se assemelha a uma lavoura, artesanal,
perfeccionista, ainda que entremeada por jorros e desvios das linhas sulcadas:
“Quem
conviveu com Raduan Nassar não tem o direito de estranhar a opção por feijões e
milharais. Antes e acima do autor de Lavoura
arcaica e Um copo de cólera,
sempre existiu uma figura da melhor ficção, e a grandes personagens se costuma conceder a graça da completa liberdade de movimentos. Com uma radical e abençoada
agravante: trata-se de um caso singularíssimo
de criatura que, em vez de ser por ele criada, cria o criador. Foi o personagem Raduan quem criou o
escritor, como antes criara o acionista
de uma empresa comercial e o diretor de jornal de bairro, como depois criaria o homem que semeia
pipocas” (cf. Nunes, p. 17).
Paulo
Honório, personagem de São Bernardo de Graciliano Ramos, é fazendeiro quando
resolve escrever um livro; Raduan, personagem de Nassar, decide se tornar
fazendeiro após ter escrito sua obra literária – “livro e meio” como ele diz.
Raduan,
assim como Graciliano Ramos ou Osman Lins, recusa a erudição de salão, as boas
maneiras e uma concepção da arte que se abstivesse de um projeto
ético-estético: como Graciliano e Lins, ele é um “sertanejo culto” (Ellison:
1954). Nassar reivindica o lugar de fazendeiro, rústico, “caboclo”, arcaico,
mas que tem ao mesmo tempo acesso a São
Paulo cosmopolita e frequenta um círculo de intelectuais dos mais renomados.
A última
“escrita” de Nassar foi o artigo “Rural x urbano” que escreveu para a Folha de São Paulo e publicado em 22 agosto
1999. Podemos detectar o mesmo tom incisivo que encontramos em Um copo de cólera:
“Parece que
a mídia mais uma vez não sabe do que está falando. Devia era fazer um estágio
numa lavoura antes de se pronunciar. […]. Não vou falar da comercialização, que
sinto engulhos, sinto cólicas, nessa hora é que se tem uma radiografia clara, a
da subordinação humilhante de quem produz alimentos aos interesses dos
controladores urbanos do mercado.”
A questão da
modernidade / modernização e sua relação com o espaço urbano adquire especial importância
para articular o intenso diálogo travado por Nassar com nossas vanguardas,
principalmente o chamado “modernismo heroico”, cujo marco histórico foi a
chamada Semana de 22 e o Concretismo, que se iniciou nos anos 50.
Durante o
período em que trabalhou como jornalista, através de um amigo, o também
jornalista e escritor, José Carlos Abatte, Nassar retomou o gosto pela poesia,
sobretudo por Invenção de Orfeu, de
Jorge de Lima, modernista da segunda geração, que irá marcar sua prosa
profundamente.
Em
entrevista concedida a Massi e Sabino Filho, Nassar revela essa ligação com a
poesia de Jorge de Lima que irá levá-lo a um grande trabalho com a escrita,
principalmente em Lavoura arcaica, flertando com o surrealismo e o neobarroco:
“mergulhei
no Invenção de Orfeu […], que eu a
princípio, e mesmo depois, lia sem entender, porque ninguém, penso, pode
entender aquele poemão no nível lógico. Não entendia mas ao mesmo tempo
entendia demais aquele texto, inclusive no nível lógico, entende?”
Esse influxo
da poesia envolve Lavoura arcaica –
romance lírico – que conta a história de um adolescente, André, que foge de
casa após ter uma relação incestuosa com sua irmã Ana. A personagem, qual filho
pródigo, qual Orfeu, retorna a casa desencadeando o final trágico, com a morte
de Ana.
Lavoura arcaica divide-se em duas
partes, a primeira se intitula “A partida”e traz como
epígrafe justamente versos de Jorge de Lima extraídos do Canto Primeiro, XXII
de Invenção de Orfeu: “Que culpa
temos nós dessa planta da infância, de sua sedução, de seu viço e constância?”
(Lima, 1952; 1997: 525), versos que mais adiante serão retomados e modificados por
Nassar; a segunda parte do romance se intitula “O retorno” e tem como epígrafe
uma passagem do Alcorão – Surata IV, 23 –, na qual se diz: “Vos são
interditadas: vossas mães, vossas filhas, vossas irmãs […]”. Essas epígrafes
articulam o desejo e a impossibilidade de retorno ao idêntico e à origem, pois,
como nos lembra Octavio Paz, as “vueltas al origen son casi siempre revueltas:
renovaciones, renacimientos.” (p.126).
Como se
nota, a estrutura do romance é espiralada, entre a partida e a chegada,
retomando o autor um tempo mítico e circular de um eterno retorno, mas na
diferença. Aliás, os textos de Nassar se assemelham nesse tipo de estrutura
espiralada, ao se encaminharem para situações limite, com uma ruptura no final
que conduz a narrativa de volta para uma situação semelhante à inicial,
criando-se um outro elo ao movimento em espiral.
Também se vê
esse movimento em Um copo de cólera.
Copo, forma cilíndrica capaz de receber uma espiral. “Há sempre um copo de mar
/ para um homem navegar” são versos do poema Invenção de Orfeu que
tanto inspiram Nassar. O homem navega num copo que possibilita dobras infinitas,
copo que circunscreve o percurso possível entre diferença e repetição. Essa
novela de Nassar se abre com o capítulo “A chegada”, cujo narrador é o homem, e
termina com um capítulo intitulado “A chegada”, no qual o narrador é a mulher;
repetição como dobra e olhares cruzados.
Essa novela
– que podemos entender como um desdobramento não linear de Lavoura arcaica, com o qual ela estabelece intratextualidade – trata
da relação de um casal: ele, solitário, morando em um sítio isolado; ela,
jornalista, vivendo na cidade.
Outro texto
de Raduan Nassar é o conto Menina a
caminho escrito em 1961 e só publicado em 1994. Ele conta a história de uma
menina seguida por um narrador-voyeur na sua travessia por uma pequena e
opressiva cidade do interior na qual ela se depara com diferentes personagens
tipos. Cada um desses encontros constituirá uma experiência que lhe permitirá
confrontar o seu universo infantil à realidade.
Assim, mesmo
que as motivações estéticas desses três textos sejam diversas, encontramos a
mesma construção circular que nos remete ao tema da repetição – lavoura, ciclo
– visível também numa leitura conjunta, pois esses textos perpassam idades:
infância, adolescência, maturidade – remetendo sem dúvida à experiência pessoal
do autor.
Entretanto,
o trabalho da escrita de Raduan Nassar ultrapassa um simples movimento
memorialista. A narrativa nassariana está, como vimos, sempre oscilando entre
diferença e repetição, no eterno retorno do mesmo ou da variação.
Nassar, o
personagem escritor, que aparece na citada entrevista concedida aos Cadernos de Literatura Brasileira, só se
revela afetivamente, retomando aqui o registro de Abatte, no momento em que ele
começa a falar da sua infância e de sua cidadezinha natal.
O mundo
biográfico ressona na obra nassariana e sua escrita trabalha sempre com a
experiência pessoal; entretanto, sua escritura, pelo seu labor estético,
ultrapassa o autobiográfico. Por outro lado, não podemos descartar essa
ressonância, essa diferença, visto que ela participa na maneira como o escritor
se posiciona no que Bourdieu chamou de “campo literário” e ainda, como o
escritor se insere na tradição literária, ou seja, seus diálogos.
Os pais de
Raduan Nassar, João Nassar e Chafika Cassis, católicos ortodoxos, casaram-se em
1919 no vilarejo de Ibel-Saki (Ibl Es Saqi), ao sul do Líbano, e um ano depois
chegaram ao Brasil. O censo realizado neste mesmo ano nos informa que quase
vinte mil sírios e libaneses viviam no Estado de São Paulo, principalmente ao
norte – muito próxima da região dita pioneira, desbravada a partir de 1870 – onde
se localizam as cidades de Pindorama e de Catanduva. Essa região foi habitada
originalmente pelos sertanejos e pelos índios Caingangue, contingentes que
foram totalmente exterminados durante a chamada Marcha para o Oeste, movimento
de conquista de terras do qual também participaram os imigrantes. A região viu
nascer diversas cidadezinhas construídas por pioneiros ávidos de poder político
e econômico. Em 1923, o casal Nassar se instala em Pindorama e a partir de 1949
irá morar em Catanduva.
O conto Menina a caminho serve de trilha para
Nassar chegar a uma tradução desse Mediterrâneo interiorano, da problemática da
transplantação, da tradição e da mistura de cultura, com suas diferenças e
também semelhanças. Esse conto funciona também como a constatação da realidade
de uma pequena cidade do Estado de São Paulo que, com a imigração, torna-se uma
amostra do Mediterrâneo ainda arcaico, associado a uma cultura originária
cabocla, ela também híbrida e primitiva, o que criou uma espécie de
Mediterrâneo caboclo.
Xidieh pesquisou
no Estado de São Paulo as diferentes transformações experimentadas pelas
narrativas populares – transformações dos evangelhos apócrifos – sob influência
das modificações sociais, como, por exemplo, da urbanização ou da chegada dos
nordestinos e dos imigrantes libaneses ou italianos. O autor dá como exemplo
dessas mudanças a narrativa “Cedros do Líbano”, história trazida pela imigração
libanesa: “Foi no tempo do mau rei Herodes, que amaldiçoado seja, e a Santa
Família precisou fugir para o Egito para salvar o Menino Jesus da matança das crianças.
O caminho era comprido e eles tiveram que passar pelo Monte Líbano e fazia
muito frio e eles não tinham onde pousar. As árvores eram altas demais e não
serviam como abrigo. Nossa Senhora chorou de desespero e então os cedros se
agacharam e formaram um rancho para a Santa Família” (p. 35).
Podemos
observar, em Lavoura arcaica, o uso
da estrutura dessas histórias e de ditados e provérbios comuns à essa cultura –
como também à cultura cabocla que preservou importante herança lusitana com
suas tradições cristãs, mediterrâneas, costume que pode resvalar para a
finalidade exclusiva de preservar as tradições e os ensinamentos ou inserir-se
na dinâmica do presente.
O tema da
imigração está presente nos textos nassarianos: em Lavoura arcaica, Menina a
caminho e Um copo de cólera.
Mencione-se desta última novela, a passagem na qual o personagem narrador
declara: “e fui empurrando a minha história, equacionando uma álgebra tropical,
ardente como nas origens [sangue e areia]” (Nassar, 1978, p. 56), e também cite-se
a epígrafe retirada do Alcorão que abre a novela: “Ninguém dirige aquele que
Deus extravia”. Entretanto, essa problemática não é tratada de maneira
etnográfica nem é um tema central.
Raduan Nassar aparece, assim, como primeiro
escritor libanês-brasileiro a tratar do problema da transplantação no Brasil,
problematizando e esfacelando uma história da literatura apresentada como
linear e forjada por uma identidade nacional unívoca. Para Walnice Nogueira
Galvão, Nassar é o primeiro “Árabe” a romper tal uniformidade: “Neste ínterim,
os turcos, colônia mais recente ainda, esperariam algum tempo para alcançar
maioridade literária, o que viria a ocorrer com Lavoura arcaica, de Raduan Nassar, e Relato de um certo Oriente, de Milton Hatoum. Nesses autores, que a
crítica se apressou em saudar, passa longe o empenho de etnografar o êxodo
desde as origens árabes. Uma prosa densa e sofisticada, já informada pelos melhores
recursos da modernidade, permite a conversão da experiência dos transplantados
– sem abstraí-la todavia em resultado estético” (p. 21).
Agricultores
no Líbano, a família Nassar se torna comerciante no Brasil, mantendo ainda
algumas atividades agrícolas. A importância dada aos estudos dos filhos faz a
família se mudar duas vezes: em 1949, de Pindorama para Catanduva e, em 1953,
para São Paulo. Num total de dez filhos, sete escolheram cursos de filosofia ou
letras. Nassar, ele próprio estudou direito durante cinco anos, letras e se
formou em filosofia; Raduan exerceu também atividades comerciais, criou
coelhos, trabalhou em jornalismo e literatura, e finalmente se dedicou à
atividade agrícola, conforme sua tradição familiar, perfazendo o movimento
espiralado também presente em sua obra.
Para
continuar seus estudos, em 1953, Raduan transfere-se com sua numerosa família
para a capital, São Paulo, centro modernista/modernizador e, nesses anos 50,
palco da efervescência das últimas vanguardas.
Nassar
depara-se, então, com o ambiente paulistano e sua “atmosfera cultural
constrangedora”, na qual, como ele mesmo dizia, “os jovens escritores que não
cediam às propostas da época eram inibidos pela falta de espaço”. Conhece
também a ferrenha “briga de foice para arregimentar seguidores” entre aqueles
que queriam “ser reconhecidos como a elite”, atitude que, segundo ele, termina,
de modo obsceno, por “dar um tamanho às chamadas grandes individualidades que
reduz o homem comum a um inseto”.
Efetivamente
é nesse contexto cultural e político que emergia uma figura de intelectual com
pretensões a guiar a sociedade. Em tanto domínio das elites, as artes aliavam o
modernismo aos propósitos da modernização, numa vontade de transformação social
possível pela crença em sua capacidade de encenar mudanças. Nassar questiona, então,
as pressuposições que ligavam o modernismo e a vanguarda aos propósitos da
modernização social, tomavam como inquestionável a crença na perpétua
modernização das artes transformadas num quase academicismo pelas suas
imposições formais.
Na
entrevista concedida aos Cadernos,
Nassar não cessa de denunciar o ambiente cultural da capital paulista na década
de 50, “prepotente” e “autoritário”, segundo ele, “compatível em parte com o
que ocorreria logo depois no plano político”.
Podemos
perceber em Nassar uma recusa ao Modernismo atrelado a Oswald de Andrade, cuja
temática primeira é a presença simultânea de traços arcaicos e do mundo burguês
e moderno que existia e continuaria a existir no Brasil.
Em linhas
gerais, em Oswald de Andrade funciona um “realismo alegórico” no qual
mistura-se uma estrutura arcaica a traços da incipiente modernização, mediante
cenários urbanos, industrialização e imigração. Oswald fazia uma caricatura
ácida, mas sentimental, do país, utilizando insights metafóricos que
simplificavam a realidade social. Essa percepção otimista, cara aos primeiros
modernistas, em Oswald e Alcântara Machado, estende-se à imigração, sobretudo a
italiana, vista como marca modernizadora, visão complexificada por Nassar, como
se vê já pelo próprio título do seu romance Lavoura
arcaica.
A literatura
de Raduan Nassar está no entre-lugar do paradoxo. Ao invés do “isso ou aquilo”,
ele trabalha sob o registro da dinâmica do “isso e aquilo.” Contrário à noção
de um presente superior ao passado, ele retoma tradições sem descartar um
diálogo vivo com os movimentos vanguardistas de então, entre eles o Concretismo
e o Nouveau Roman.
Perguntado
na entrevista pelos Cadernos de
Literatura acerca de sua aproximação com as vanguardas, Nassar respondeu
que estas não “conseguiram engolir um paralelepípedo lírico como eu.” É
evidente o seu questionamento de certos pressupostos modernistas. O autor desconfia
de uma arte elitista e relativiza o seu poder de transformação social: “E
depois, todas essas disputas por valores estéticos são feitas em nome do quê?
Que é que acrescentam na zorra que é esse mundo? É a espécie que tem melhorado
com isso? Ou querem ser reconhecidos como a elite? É isso o que querem?
Sentem-se mais seguros, mais felizes assim? Ótimo. No
que me toca, como bom caipira, lhes concedo sem qualquer dificuldade o título
de aristocratas.” (p. 34).
Para
terminar, podemos dizer que, assim, excluída a concepção de hierarquia temporal
de etapas históricas, a obra de Raduan Nassar nos aponta uma articulação
incessante entre tradições e modernizações/ modernidades, uma vertigem
interrogativa acerca de nossas contradições e im-possibilidades, num devir permanente.
Referências
ALVIM,
Zuleika. Imigrantes: a vida privada dos pobres no campo. In: História da vida privada no Brasil. São
Paulo: Companhia das Letras, 1997, vol. 3.
Cadernos de
Literatura Brasileira. São Paulo: Instituto Moreira Salles, setembro de 1996.
BOURDIEU, Pierre. Les Règles de l’art. Genèse
et structure du champ littéraire. Paris:
Seuil, 1998.
GALVÃO,
Walnice. Desconversa. Rio de Janeiro:
Editora UFRJ, 1998.
PAZ, Otacvio. La otra vox. Poesía y fin de siglo. Barcelona: Seix Barral, 1990.
* Maria José Cardoso Lemos é Professora Adjunta de Literatura Brasileira da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); Pós-Doutora pela UERJ com
bolsa FAPERJ e Doutora em Letras pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris 3 com tese sobre a obra de Raduan Nassar.
** O texto aqui apresentado é uma versão resumida de outro melhor elaborado e publicado pela revista Estudos Sociedade e Agricultura em 2003.
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