O filho de mil homens, de Valter Hugo Mãe
Por Pedro Fernandes Pode-se ler O filho de mil homens como um extenso e complexo quebra-cabeça. Não é o caso de o leitor se deparar com uma narrativa em peças e tenha que, ao longo do itinerário construir cerzidos para lhe dar forma. É mesmo o labirinto ora previsível ora parecido coisa do acaso construído à base de um conjunto diverso de narrativas amparadas pela dorsal de uma personagem específica que leríamos como protagonista do romance. Crisóstomo é um homem sozinho que chegou aos quarenta anos sem qualquer tipo de família (também não ficamos sabedores do motivo dessa solidão); para não dizer que é um só no mundo há um boneco de pano que lhe divide os dias entre a pesca e a companhia. Desde já não há possibilidades de fugir da compreensão de que essa é uma personagem signo do indivíduo contemporâneo, cada vez mais disposto a enfrentar a existência numa redoma quase privada ou quando muito acompanhado por uma pequena quantidade diversa de outras existênc