Os mistérios de “Impressão, nascer do sol”, de Claude Monet
Devia ser 7h35 da manhã e o vento soprava, débil, vindo do Leste. Era 13 de novembro de 1872; o dia havia amanhecido nublado no porto de Le Havre. Claude Monet abriu a janela de onde estava, no hotel de L’Amirauté, localizado sobre a grande doca dessa cidade da Alta Normandia, França. Não é totalmente certo se estava alojado no segundo ou no terceiro andar porque, anos mais tarde, os bombardeios da Segunda Guerra Mundial varreram o hotel e a cidade portuária; mas, ao que tudo indica, ele estava situado a uns onze metros de altura acima do nível do mar no momento em que se sentou frente à tela vazia. Ante seus olhos, trechos da zona portuária, as chaminés soltam fumaça, fumaça que se movimenta da esquerda para a direita, logo , vento do Leste. Uma pequena embarcação com dois pescadores a bordo cruza o horizonte, e a chamada entrada dos Transatlânticos está aberta; logo , a maré é alta. Monet se prepara, sem saber, a pintar uma obra que passará para a história. Todos esses