A duração do deserto, de Nina Rizzi
Por Pedro Fernandes Sinto, e ao nomear as coisas, traio-as como Araetê às veredas. O outro, ao nomear o outro, ter-me-ia à luz? Repito esse outro que também sou eu – Tenho me aperfeiçoado em ausente. Depois de tambores pra n’zinga Nina Rizzi volta a cena da poesia, entre o trabalho como tradutora, editora e outra leva de ações condicionadas pela letra. A duração do deserto tem nome de obra que levou largo tempo para composição, compreendendo pela associação dos termos duração-deserto, como instantes de travessia árdua e complexa. Se olharmos o tempo comum do calendário, notaremos que essa constatação é vã: o livro sai apenas dois anos de tambores . Para poetas que maturam durante décadas uma mesma obra, dois anos são dois dias. Mas, se deixarmos o calendário comum para pensar noutro tempo, alcançaremos o limite de compreensão que aqui proponho já na leitura do título. A duração do deserto . Basta o contato com a variedade poética expr