Dez livros que poucos conseguiram terminar
Por Miqui Otero O romancista britânico Nick Hornby, na última edição do festival literário de Cheltenhan, encorajava os leitores a jogar numa fogueira os livros complicados. A não insistir com esse romance que se instala na mesa de cabeceira como um parasita porque seu leitor é incapaz de lê-lo, mas não quer admitir sua derrota. “Toda vez que seguimos lendo sem coragem reforçamos a ideia de que ler é uma obrigação e ver televisão é um prazer”, afirmava, num elogio da leitura como atividade hedonista. Na direção de sua percepção, muitos fóruns discutiram quais títulos são mais indigestos, uma versão a mais do eterno debate sobre se leem obras complicadas para poder dizer que leram pelo prazer de lê-las. Alguns levam essa ideia demasiadamente longe. O romancista britânico Kingsley Amis disse em seus anos de maturidade que, a partir de então, com pouco de vida pela frente, só leria “romances que começasse com a frase “Ouviu-se um disparo”. Talvez o pai de Martin Amis tenh