O Crédito é da Cor
Por Cesar Kiraly § se algum dia lhe faltarem as moedas para molhar as ossudas mãos do velho Caronte. por esquecimento ou por mesquinharia. se o homem dos ritos fúnebres as roubar. & o bom barqueiro te propuser uma pergunta em troca. lembre que recusou os jogos que te propus. enquanto eu te esperava / estivera sempre de livro aberto / um animal a lamber as patas para pentear o rosto § ela acreditava que o passado não a buscaria. por isso andava resoluta para fora de casa. as sobrancelhas finas. o vestido florido bem assentado no corpo bonito, delimitado na cintura. poderia andar sem culpa, sem medo, imbatível contra todos os destinos que o mundo poderia pensar para ela. eles não ficariam roxos de serem agarrados sem vontade, seus braços brancos teriam as marcas doces e vermelhas de dedos que a puxariam mais para perto. ela resistiria para dar aquele assentimento confuso próprio às coisas de amor. apenas os cabelos cresceriam, como concessão à gravidade das coisas. se