Oscar Wilde e um certo rapazinho de olhos escuros
As mãos são imundas e o colarinho da camisa um desastre, irregular, composto só por alguns fios, sujo – mas os olhos do prisioneiro 1122, um colega de cela do prisioneiro mais famoso da prisão, ainda estão brilhando com a vida e as travessuras. Não há nenhuma prova de que Harry Bushnell tenha sido o rapazinho de olhos escuros sobre quem Oscar Wilde, ao cumprir pena de dois anos por atos de atentado violento ao pudor com outro homem, escreveu carinhosamente numa de suas cartas e com quem pode ter tido um affair. No entanto, Bushnell, de quem se descobriu fotografias presentes nos arquivos da antiga prisão de Reading, foi certamente um dos companheiros do escritor inglês em 1895: era moreno e bonito de um modo travesso. Não há nenhuma evidência de um interesse erótico, e Bushnell certamente também não foi o último grande amor da vida de Oscar Wilde, mas houve, da parte do escritor para com o preso, um interesse amigável. Wilde chegou a lhe enviar algum dinheiro qua