Poesia, saudade da prosa – de Manuel António Pina (Parte I)
Por Pedro Belo Clara Eis um dos autores contemporâneos portugueses mais conceituados, com longa carreira jornalística (embora licenciado em Direito) e um percurso literário recheado de conceituados prémios, dentre eles o talvez mais emblemático de todos: o Prémio Camões, outorgado em 2011. Não obstante, claro está, em 2005, a ordenação de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, que distingue individualidades pela prestação de relevantes serviços em nome do país. Agora que se completarão dois anos desde o físico desaparecimento do autor, aos sessenta e oito anos de idade, um livro da sua autoria é justamente levado a discussão no habitual espaço de análise quinzenal. Manuel António Pina espraiou a sua obra pelos domínios da poesia e da literatura infantil de um modo mais frequente, encontrando-se a mesma traduzida em dialectos como o francês, o inglês, o dinamarquês ou o russo. No entanto, com igual competência e qualidade, desenvolveu esforços junto de áreas de produ