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Débora Ferraz e o universo das emergências: “Enquanto Deus não está olhando”

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Por Alfredo Monte   I “A impressão era sempre a mesma. As coisas aconteciam pra mim antes sempre antes de eu estar preparada para elas.” (trecho de Enquanto Deus não está olhando ) Na minha colaboração anterior para o Letras in.verso e re.verso comentei Por escrito , romance no qual Elvira Vigna nos apresentava uma protagonista já madura, bem-sucedida profissionalmente, com uma relação longa e estável. Um projeto de reinvenção (ela apagando os rastros do passado) que, na narrativa em primeira pessoa, passava por um crivo agônico e mortal. É curioso notar que Érica, a jovem narradora (24 anos) do primeiro romance de Débora Ferraz, Enquanto Deus não está olhando , faz sua curta existência (em relação à qual estava preparando seu próprio projeto de reinvenção) passar por um ritual agônico similar, quando terá que lidar com todo um “universo das emergências” (como lemos na p.184). De repente, temos essas vozes narrativas de mulheres que esfarrapam os bordado