Mil rosas roubadas, de Silviano Santiago
Por Pedro Fernandes “Será que escrevo esta biografia porque me quero perseguido e ferido por quem eu persegui e feri toda a vida? Escrevo-a para guardá-lo ainda ao lado, como se fosse criado-mudo à minha disposição? Ou a escrevo para sorver a inspiração dos pulmões que o rejuvenescia a caminhar pelas ruas de Belo Horizonte e o fortalecia no palco do Teatro Francisco Nunes? Escrevo-a para respirar o ar que ele não respira mais? ” Silviano Santiago, Mil rosas roubadas Silviano Santiago. Foto: Louis Monier Não sei se o leitor despido do contexto a que se refere o mais recente trabalho do crítico literário e romancista Silviano Santiago poderá fazer uma leitura totalmente descompromissada de avaliar se o narrado tem referência histórica fora dele próprio. Dizemos referência histórica como quem diz uma relação com o fato acontecido, porque em se tratando de criação literária, não há obra que não se alimente daquilo que se passa fora do universo escrito. A quantidade significativa de re