Tempestardes, de Leonardo Chioda
Por Pedro Fernandes Leonardo Chioda. Foto: Giane Portal confesso que sou tarde mas entendo lá vem alva a noite de estrelas baixas, próximas do teu ventre tatuado O que sugere um título como Tempestardes ? Ou os versos de “Magna luna (romance no Caffè Florian)” colocados à abertura deste texto? Primeiramente de não estamos diante de uma chuva passageira de palavras cujo fim deságua em nada. O engendrar de signos já nascido no termo que acolhe esse conjunto de poemas e a transmutação do eu poético em natureza e força temporal sugere que o leitor tem por adiante não mais um título de poesia para fazer volume na estante, mas um relicário doce, complexo e inventivo, três qualidades muito caras à poesia ou ao estado poético que não estão acessíveis de maneira gratuita no universo da criação. São qualidades que exigem sensibilidade, outra forma de inserir-se no mundo – ainda mais complexa se pensarmos que habitamos e somos habitados por um desencanto prof