Os porquês das leituras dos clássicos ou o mito da leitura
Por Lee Pontes Italo Calvino diz que a única razão da leitura do clássico é que ler um clássico é melhor que não ler um clássico. Mas o que é um clássico? Um clássico é aquele ser fantasmagórico que nos sorri um riso enigmático. Para o ser comum, pode, tal riso, ser de desdém. Porém, nunca o é. O riso, mesmo o não-riso de Monalisa, é um convite. Um convite a quê? Não sabemos. Os clássicos são como os cantos das sereias e o leitor é aquele que se amarra ao clássico para ouvir e não se lançar no mundo-mar. A leitura é o posicionar da alma no meio do oceano, cujas ondas vão nos guiando para mais mar e mais leitura. Odisseu é o primeiro leitor e, por que não, o primeiro escritor. Mas o que é lido? O cotidiano é lido ou narrado por Odisseu, trata-se, assim, leitura-escritura. Queremos dizer que o ato da leitura é um processo de escritura. Odisseu vivenciará muitos acontecimentos, partira para a guerra e não fora aclamado herói pela força, mas vencerá pela palavra. Ao ler o se