A república das abelhas, de Rodrigo Lacerda
Por Pedro Fernandes Há falhas. E é mesmo este o perigo de todo escritor – ainda saindo do casulo – aventurar-se pela grandeza do romance. Num primeiro momento, não me deterei nas falhas, mas no que de grande escapa na escrita de A república das abelhas . O livro nasceu depois do convite da editora que o publicou, a Companhia das Letras, quando em 2010, o próprio Rodrigo escreveu um breve texto intitulado “Política” para o caderno Ilustríssima , do jornal Folha de São Paulo . Tenho comigo que o escritor poderia ter recusado o convite, mas como um gesto de desafiar-se, deu início a ideia: transformar os seus antecessores, sobretudo a figura emblemática da história brasileira, o avô Carlos Lacerda, em personagem numa narrativa que, na ausência de melhor distintivo optarei por seguir o nome fornecido pelo próprio Rodrigo, é um romance histórico. Em relação a essa coisa do gênero, A república das abelhas é um texto fronteiriço entre a biografia, o relato jornalístico, a narrativa