Noé, de Darren Aronofsky
Há dois motivos possíveis que podem justificar a corrida do público brasileiro para ver este filme: estatisticamente ainda somos um dos povos mais religiosos do mundo, se não formos o mais. Mesmo a Igreja Católica tendo estado cada vez mais a perder fiéis à banca rota, não se verifica um abandono da religião, mas uma debanda para correntes até mais retrógradas e conservadoras com é caso das Igrejas Evangélicas. As duas presenças religiosas têm apreço pelo mito de fundação da comunidade humana tal como narram os livros que compõem o Antigo Testamento da Bíblia. Se os desse grupo conseguissem se despir do véu ideológico que os cegam, veriam que bem, o filme de Darren Aronofsky não parece ter tanto interesse assim em se manter fiel ao relato bíblico. Embora todos os elementos do Gênesis aí se mostrem. O diretor, aliás, aposta na ideia do pecado que resultou na expulsão do casal mítico do paraíso para alinhavar toda sua história, e preserva outras situações como a presença dos