Obscuro Domínio, de Eugénio de Andrade
Por Pedro Belo Clara O retorno à análise, neste espaço de edição quinzenal, de um trabalho de Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, justifica-se pela significativa diferenciação de abordagem de conteúdos (uma espécie de isotopia mais vincada) que os anteriores títulos apresentados detêm em comparação directa com este último. Crê-se, por isso, que uma nova visita ao universo do autor é da maior relevância e interesse para todo o leitor que se dispõe a explorar outros trilhos que, no fundo, compõem a imensa e preciosíssima estrada poética por Eugénio desenhada - o seu grandioso legado literário. Este trabalho prima notoriamente pela diferença e talvez esse seja o prelúdio da via de justificação do título que ostenta, uma vez que a obra se adorna de motivos, formas e imagens que, embora não sejam estranhas à temática de Eugénio, são aqui apresentadas de um modo distinto - quase como se o autor se decidisse a não restringir mais algo que até então havia ostraci