Gravidade, de Alfonso Cuarón
É um filme feito pelo prazer de fazer um filme. E é por isto um filme quase perfeito, ainda que este termo seja um tanto perigoso de usá-lo depois de tantos anos de tradição cinematográfica. Mas, até chegar a esta constatação que bem poderia ser uma conclusão para este texto, é preciso dizer que elementos contribuem para o uso do termo. Antes, deixemos dito outra conclusão: Gravidade é um filme conceitual, mas sem se fechar nas fronteiras da arte em si. Se beneficia de toda uma série de recursos da longa tradição do cinema, mas sem se perder neles, usando, inclusive, da forma que tem se tornado moda desde Avatar , o 3D. Dá ao cinema em terceira dimensão, aliás, um rumo além do mero entretenimento com que alguns cineastas, talvez encantados demais com o aparato tecnológico, têm reduzido suas produções. Primeiro, o filme tem um enredo muito bem estruturado. Não permite brechas para divagações, suposições ou idealizações de fato. Embora não se beneficie do recurso deliberadame