A Papoila e o Monge, de José Tolentino Mendonça (Parte II)
Por Pedro Belo Clara Retomando a análise da obra apresentada na anterior publicação desta coluna – o mais recente trabalho poético de José Tolentino Mendonça –, focaremos agora a nossa atenção no segundo volume (de seis, recordo) que compõe este livro. Neste capítulo, o mais longo de todos os que constituem a obra, encontram-se reunidos quarenta e nove haikus sob a epígrafe “Vida Monástica”. A ligação do autor ao catolicismo é evidente e por diversas ocasiões foi referida em anteriores textos por minha mão assinados. Assim, o retorno do autor a estes temas não deve constituir um motivo de surpresa. O divino é uma constante na temática de Tolentino, que amiúde o apresenta sob uma só forma informe que assume a maior multiplicidade de formas possíveis, sublinhando desse modo a Sua inquestionável omnipresença. Daqui se poderá assumir a intenção do autor em transmitir a seguinte mensagem: não existe um só caminho até Deus, uma vez que Ele se encontra em toda a parte e assume