Boletim Letras 360º #92
Foi há 16 anos. José Saramago recebe das mãos do rei da Suécia o Prêmio Nobel de Literatura. Ao longo deste boletim acesse a íntegra do discurso do escritor português proferido nessa ocasião. |
Estamos muito próximos de reduzir o fluxo do blog para as tradicionais paradas para o recesso de fim de ano. Mas, alerta: não paramos de um todo. As redes sociais ficam ainda movimentadas. No Instagram, por exemplo, iniciaremos e iremos até a véspera de Natal com a publicação de dicas para presente (sim, porque se tem presente no Natal, tem que ser livro); no Facebook, atiçamos o retorno às leituras para 2015 com a retrospectiva; e tem muito mais. Já em breve anunciamos mais uma promoção e nossas listas para o fim do ano. Bom, enquanto tudo isso não vem, vamos ler/ver/rever/reler o que foi notícia esta semana na página do blog no Facebook.
Segunda-feira, 08/12
>>> Brasil: Romance de João Tordo a sair
No Brasil, o escritor português tem vez em casas como a LeYa (Anatomia
dos mártires) e Língua Geral (As três vidas). Agora, ele vai
para a Companhia das Letras que publica para breve Biografia involuntária dos amantes. Vencedor do Prêmio José Saramago em 2009, nesse romance dá o
nome de Saldaña Paris (poeta mexicano de quem ficou amigo durante residência
literária no Canadá) a um personagem que fica deprimido ao ler um texto deixado
pela ex-mulher, Teresa (inspirada na mãe de Tordo).
>>> Brasil: Nasce a editora Poetisa
O primeiro título é a versão integral de A bela e a fera, publicado
originalmente em 1757 por Jeanne-Marie Leprince de Beaumont e nunca editado no
Brasil nesse formato. A tradução é de Marie-Hélène Catherine Torresta e as
ilustrações, de Laurent Cardon, francês radicado em São Paulo. A obra traz
textos de todos os envolvidos em sua produção e essa deve ser a cara dos
próximos lançamentos da editora criada por Cynthia Beatrice Costa e Juliana
Lopes Bernardino. O próximo livro será o clássico infantojuvenil O coelho
de veludo, inédito no Brasil. A editora começa com esses títulos, mas no
prelo, estão, entre outros projetos, uma coletânea de contos marroquinos
inéditos e de contos de fada franceses – entre eles, um também inédito do
Charles Perrault. Em 2016, devem ser lançados os primeiros romances.
Terça-feira, 09/12
>>> Brasil: Depoimento de Paulo Gurgel Valente sobre a mãe, Clarice Lispector
Como parte do evento "Hora de Clarice", o IMS produziu um
vídeo-depoimento de Paulo Gurgel Valente, filho de Clarice Lispector, que
conversa com Eucanaã Ferraz e Elizama Almeida e relembra as personalidades que
frequentavam a sua casa e o primeiro livro que leu da mãe.
>>> Brasil: As cartas de Carlos Drummond de Andrade
O epistolário inédito, que vai de janeiro de 1929 até dezembro de 1982, foi
reunido no livro Correspondência de Carlos Drummond de Andrade & Alceu
Amoroso Lima publicado pela EdUFMG. Organizado por Leandro Garcia Rodrigues,
especialista na obra de Amoroso Lima, o livro revela uma face menos conhecida
de Drummond: o jovem dividido entre a formação católica e um ceticismo profundo
em relação à religião. Para o próximo ano são as correspondências entre o poeta
e Mário de Andrade, o responsável por colocar os dois em contato. No livro,
Rodrigues propõe uma periodização para as cartas: de 1929 a 1934, elas eram
mais longas e tinham um cunho existencial e filosófico (“é um Drummond desnudo,
que está querendo se apoiar em algo mais forte”, diz ele); a segunda, entre
1934 e 1945, engloba o período em que o poeta foi chefe de gabinete de Gustavo
Capanema no Ministério da Educação, durante o Estado Novo. Os dois tratam
basicamente de favores e pedidos em relação à administração pública; de 1945 a
1982, ambos começam a ser premiados, o reconhecimento público é crescente e
eles passam a rever suas obras e aprofundam a amizade. Ainda na primeira fase,
o professor destaca uma carta de 1931 em que Drummond fala abertamente de seus
impulsos suicidas; tema que se mostrará em diversos poemas reunidos nos livros
Alguma poesia, Brejo das almas, Sentimento do mundo e A rosa do povo,
mas num texto pessoal é a única vez, de acordo com Rodrigues.
Quarta-feira, 10/12
>>> Brasil: Notas para A hora da estrela, de Clarice Lispector: "O que vale é o que se faz. E ela nada tinha
feito."
Clarice Lispector costumava copiar trechos que lhe vinha à cabeça em qualquer pedaço de papel que tivesse ao alcance. Foi através dessa poética da fragmentação que escreveu o primeiro livro e grande parte dos romances. No Tumblr do Letras recolhemos algumas dessas notas para A hora da estrela. (Fonte: IMS).
Clarice Lispector costumava copiar trechos que lhe vinha à cabeça em qualquer pedaço de papel que tivesse ao alcance. Foi através dessa poética da fragmentação que escreveu o primeiro livro e grande parte dos romances. No Tumblr do Letras recolhemos algumas dessas notas para A hora da estrela. (Fonte: IMS).
>>> Portugal: 70 inéditos de Almada Negreiros
Um acervo em grande parte formado por desenhos e pinturas do multiartista
português Almada Negreiros está em exposição aos visitantes do Museu da
Eletricidade, em Lisboa. “Almada Negreiros: O que nunca ninguém soube que
houve” fica em cartaz até 29 de março de 2015. O nome da exposição remete para
o título de um livro criado entre 1921 e 1922 e mostrado ao público pela
primeira vez: O Pierrot que nunca ninguém soube que houve. História trágica
ilustrada com sol e palmeiras. O acontecimento é alusivo às celebrações pelo
centenário da revista Orpheu, na qual Almada teve uma participação
importante.
>>> Brasil: O resgate da literatura de Humberto de Campos
Um dos textos do escritor brasileiro é o Diário secreto que começou a
elaborar em 1915 e registrou comentários mordazes sobre muitos nomes das letras
brasileiras, desde figuras como Machado de Assis a contemporâneos seus como Rui
Barbosa e João do Rio. O livro ficou guardado nos cofres da Academia Brasileira
de Letras por uma década e meia após seu falecimento, em 5 de dezembro de 1934.
Era uma determinação sua: dez anos depois foi publicado em fascículos semanais
na revista O Cruzeiro e agora, parte do polêmico texto ganha nova edição
dentro da série “Humberto de Campos — Renascendo 80 anos depois”, criada pela Tinta
Negra para marcar o aniversário de morte do autor. Acondicionada numa caixa, a
coleção reúne também as Poesias completas e duas antologias de histórias
curtas: Contos satíricos do Conselheiro XX e Contos e crônicas. Os textos
dos dois volumes em prosa foram pinçados em 17 livros, de Da seara de Booz (1918) a Gansos do capitólio (1943).
>>> Portugal: Recordações pelo Prêmio Nobel da Literatura de 1998
Num 10 de dezembro, há 16 anos, José Saramago, ocupou a
tribuna do salão real em Estocolmo para pronunciar o seu discurso pela recepção
do Prêmio Nobel de Literatura - feito até hoje só conseguido para a língua
portuguesa através de sua obra. "De como a personagem foi mestre e seu
autor aprendiz" é o título do discurso que logo tornou-se uma das peças
mais belas já ditas numa ocasião dessas. Os leitores podem aceder ao discurso e
às reações pela atribuição da honraria por aqui,
Quinta-feira, 11/12
>>> Reedição de obra 'pornográfica' de Hilda Hilst
O selo Biblioteca Azul, da Globo Livros reedita num só volume a Trilogia Obscena (O caderno de Lori Lamby, Contos d'escárnio - textos grotescos, Cartas de um sedutor) mais o conjunto de poemas Bufólicas. A obra é integralmente ilustrada e traz um texto inédito, Fragmento pornográfico rural mais uma breve fortuna crítica que aborda a polêmica fase erótica de Hilst. O caderno rosa de Lori Lamby e Bufólicas recuperam as ilustrações de Millôr Fernandes e Jaguar para as primeiras edições. Para ilustrar Contos d’escárnio e Cartas de um sedutor foram convidadas Laura Teixeira e Veridiana Scarpelli, que apresentaram uma abordagem contemporânea ao pornô de Hilst.
O selo Biblioteca Azul, da Globo Livros reedita num só volume a Trilogia Obscena (O caderno de Lori Lamby, Contos d'escárnio - textos grotescos, Cartas de um sedutor) mais o conjunto de poemas Bufólicas. A obra é integralmente ilustrada e traz um texto inédito, Fragmento pornográfico rural mais uma breve fortuna crítica que aborda a polêmica fase erótica de Hilst. O caderno rosa de Lori Lamby e Bufólicas recuperam as ilustrações de Millôr Fernandes e Jaguar para as primeiras edições. Para ilustrar Contos d’escárnio e Cartas de um sedutor foram convidadas Laura Teixeira e Veridiana Scarpelli, que apresentaram uma abordagem contemporânea ao pornô de Hilst.
>>> México: Sobre o que pensava Octavio Paz
É uma quantidade significativa de obras de artistas notáveis e de épocas e
civilizações diversas que deram forma ao pensamento de Octavio Paz. "En
esto ver aquello. Octavio Paz e el arte" é uma mostra gigantesca que reúne
obras de nomes como Marcel Duchamp, a quem o poeta e o pensador mexicano
dedicou um livro completo (Apariencia desnuda). Trata-se de uma
exposição que busca construir o museu imaginário que Paz foi erguendo ao longo
da vida.
>>> Estados Unidos: Quanto vale uma ilustração do Ursinho Pooh
Cerca de R$ 1,2 milhão foi o que pagou um fã para a ilustração que pode ser
considerada uma das mais familiares e amadas referências culturais da
literatura inglesa. Na imagem, Pooh aparece com Leitão e Christopher Robin em
uma ponte sobre um rio. O desenho de Ernest Howard Shepard foi inspirado na
obra escrita por Alan Alexander Milne e publicada, pela primeira vez, em 1928.
Por mais de 40 anos pertenceu a uma coleção privada.
Sexta-feira, 12/12
>>> Inglaterra: A fortuna de J. K. Rowling
Agora, os livros lançados pela autora de Harry Potter sob pseudônimo de Robert Galbraith serão adaptados para uma série de TV produzida pela BBC. O primeiro livro, O chamado do cuco (2013), e sua continuação, O bicho de seda (2014), serão base do roteiro centrado na vida do veterano de guerra e detetive Cormoran Strike, que conta com a ajuda de sua assistente Robin Ellacott para tentar solucionar o brutal assassinato de um escritor. A emissora, em parceria com a HBO, vai exibir, a partir de fevereiro, uma minissérie de três episódios baseada em Morte súbita, lançado pela autora em 2012. Este foi o primeiro livro lançado por Rowling após o final da saga Harry Potter.
Agora, os livros lançados pela autora de Harry Potter sob pseudônimo de Robert Galbraith serão adaptados para uma série de TV produzida pela BBC. O primeiro livro, O chamado do cuco (2013), e sua continuação, O bicho de seda (2014), serão base do roteiro centrado na vida do veterano de guerra e detetive Cormoran Strike, que conta com a ajuda de sua assistente Robin Ellacott para tentar solucionar o brutal assassinato de um escritor. A emissora, em parceria com a HBO, vai exibir, a partir de fevereiro, uma minissérie de três episódios baseada em Morte súbita, lançado pela autora em 2012. Este foi o primeiro livro lançado por Rowling após o final da saga Harry Potter.
>>> Inglaterra: Shakespeare sangrento para o cinema
A produção da peça Titus Andronicus do teatro Shakespeare’s Globe, que provocou
o desmaio de dezenas de espectadores, vai estrear no cinema no próximo ano,
refere o jornal The Telegraph. Esta será uma de cinco produções do teatro
londrino que foram filmadas para chegar às salas de cinema um pouco por todo o
mundo. A peça, escrita por William Shakespeare e descrita como “grotescamente
violenta”, é um revivalismo da produção de 2006 de Lucy Bailey. Inclui 14
mortes, cenas de violação, mutilação e canibalismo, e foi publicitada como
sendo “violentamente grotesca e perigosamente experimental”. A Lamentável
Tragédia de Titus Andronicus é considerada a peça mais sangrenta e
violenta de Shakespeare. Escrita entre cerca de 1588 e 1593, conta a história
de Titus, um general romano que procura vingar-se da rainha dos Godos, Tamora.
>>> Espanha: Toda obra de Goya revista
De acordo com a equipe científica a cargo dos especialistas do Museu do
Prado, que alberga cerca de 520 desenhos do autor são cinco volumes que irão
ser publicados ao largo da próxima década. A parceria se estende com donos de
coleções particulares e mais 40 museus ao redor do mundo. Um edifício em
construção acolherá em 2016 uma exposição com os desenhos em coincidência com a
publicação do primeiro volume do catálogo. Os outros quatro volumes serão
publicados até 2019, quando se abrirá una nova mostra das peças no museu, que
esse ano celebrará o bicentenário de sua abertura ao público.
>>> Brasil: Para TV, poesia
Adriana Calcanhotto está à frente de mais uma empreitada: “Poesia em
movimento” é o nome de um programa do canal Philos que poderá ser acompanhado
por assinantes da Net, da GVT e da Globo.com. Cleonice Berardinelli foi quem,
de fato, deu origem ao programa involuntariamente: Marcia Braga, a produtora,
topou a ideia depois de assistir um encontro entre Adriana e Dona Cleo sobre
Mario de Sá-Carneiro. “Poesia em movimento” não tem roteiro; recebe os
convidados no camarim e ali mesmo eles começam a conversa.
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