Agatha Christie no Brasil e dez títulos indispensáveis para conhecer a obra da escritora
Traduzida em
mais de cem idiomas de com mais de 4 bilhões de livros vendidos, a escritora
vive firme em terra brasileira. A L&PM Editores já publicou mais de 70
títulos; a Globo Livros tem trabalho numa repaginada integral para alguns
títulos; e a Nova Fronteira prepara reedições de luxo, em capa dura além de
apostar na tradução da continuidade da saga do detetive Hercule Poirot escrita
pela britânica Sophie Hannah.
1. O assassinato de Roger Ackroyd (1926)
O
assassinato do rico Roger Ackroyd, morto a punhaladas com uma adaga tunisiana,
é a terceira de uma série de estranhas mortes, que despertam a atenção da
solteirona e sagaz Caroline Sheppard, irmã do médico da cidade e narrador deste
romance. Intrigada, Caroline resolve investigar o caso e descobrir se as três
mortes têm alguma ligação. Para isso, ela conta com a ajuda de seu novo e
excêntrico vizinho: o detetive belga Hercule Poirot. Escrita em 1926, O assassinato de Roger Ackroyd é uma das mais famosas histórias da rainha do
mistério.
2. A casa do
penhasco (1932)
As férias de
Poirot na Costa das Cornualhas trilha caminhos inusitados quando ele encontra a
jovem e bela Senhorita Nick Buckley. Poirot percebe que há alguém tentando
matá-la, e decide então protegê-la. Porém, mesmo tentando escondê-la em uma
clínica de repouso, parece que não é possível evitar mais um atentado contra a
vida de Nick. Poirot deve usar de toda a sua astúcia para resolver este
complicado caso.
3.
Assassinato no expresso do Oriente (1934)
A ação de
Assassinato no expresso do Oriente, um dos romances mais famosos de Agatha
Christie, transcorre, integralmente, no mais famoso dos trens, e serviu de
argumento para um célebre filme, no qual todos os numerosos personagens da
narração — quase não há personagens secundários — foram interpretados, algo
muito pouco freqüente no cinema, por figuras de primeira. Ao se passar num
trem, a sua apaixonante intriga é ao mesmo tempo concentrada e dinâmica porque
se desenvolve sempre num mesmo lugar, que tem a particularidade de ser um lugar
em movimento. Através desta longa viagem, o inefável e sedentário detetive
belga Hercule Poirot goza da oportunidade de resolver um dos seus casos mais
misteriosos, tendo ao seu alcance, sem necessidade de deslocar-se, tanto a
vítima como todos os possíveis assassinos.
4. Os crimes
do ABC (1935)
Um
misterioso e metódico assassino comete seus crimes de acordo com três normas:
escolhe suas vítimas e as cidades onde moram seguindo rigorosamente uma ordem
alfabética; deixa junto aos cadáveres um guia de trens, chamado ABC na
Grã-Bretanha e anuncia cada um dos assassínios através de uma carta dirigida a
Hercule Poirot, indicando o lugar e o dia em que cometerá o crime. Tudo leva a
supor que se trata de um estranho e aterrorizador psicopata, tão louco quanto
inteligente e frio, que os jornais comparam a Jack, o Estripador. Porém, o cruel
criminoso não sabia que, ao enviar cartas a Poirot, brincava com fogo,
desafiando um inimigo que o superava em inteligência. E Poirot imagina se a
maneira de agir do assassino não constitui uma perigosa cortina de fumaça para
ocultar alguém mais perverso do que um sanguinário doente mental. Poirot lança
a pergunta e, como sempre, termina encontrando a surpreendente resposta.
5. O caso
dos dez negrinhos (1939)
Dez pessoas
recebem um estranho convite para passar um fim de semana na remota Ilha do
Negro. Na primeira noite, após o jantar, elas ouvem uma voz, aguda e
desafiadora, acusando cada uma delas por crimes cometidos no passado. Todas
entram em pânico e mortes inexplicáveis se sucedem. Como na canção infantil dos Dez
negrinhos, cada um dos convidados é eliminado e, a cada execução, também
desaparece um dos negrinhos de porcelana que enfeitam a mesa de jantar. Mas
quem seria o juiz de tal sentença? O Caso dos Dez Negrinhos é uma das
obras-primas de Agatha Christie e foi adaptado para o cinema pelo diretor René
Clair, em 1945, com o título O vingador invisível.
6. Os cinco
porquinhos (1943)
Amyas Crale
era famoso por sua paixão pela pintura e pelas mulheres. Dezesseis anos atrás
ele foi assassinado. Sua esposa foi julgada e condenada como sendo a autora do
crime, não sendo enforcada porque havia circunstâncias atenuantes. Contudo, a
pena foi comutada em trabalhos forçados para o resto da vida, o que não chegou
a acontecer, pois faleceu um anos após o julgamento. Agora a filha do casal,
Carla, convencida da inocência de sua mãe, propôs a Hercule Poirot um grande
desafio: limpar o nome de sua mãe retornando à cena do crime e encontrando a
falha de um crime aparentemente perfeito.
7. A casa
torta (1949)
Num conhecido
subúrbio de Londres, ergue-se uma casa torta, desproporcional e grotesca. Sobre
a extravagante família que a habita, parece haver desabado uma maldição: a
culpa do envenenamento de seu chefe, o milionário Aristide Leonides. Qual dos
parentes o teria assassinado? A própria mulher? Um dos seus filhos? Seus netos?
Todos se entreolham desconfiados, enquanto aguardam que o criminoso, um monstro
de “alma torta”, volte a se manifestar naquela casa torta... Com estes
ingredientes de mistério e uma galeria de personagens inquietantes, Agatha
Christie constrói outra de suas histórias marcadas pelo encantamento e o
mistério.
8. Convite
para um homicídio (1950)
Nas pequenas
aldeias costumam ocultar-se grandes paixões, capazes de cometer os piores
crimes. No entanto, nessas enganosamente tranquilas comunidades rurais também
moram solteironas idosas, que, enquanto fazem croché, observam tudo, e podem
valer mais do que mil policiais juntos. O exemplo mais extraordinário dessa
classe de mulheres é Miss Marple, tão sagaz como Poirot e mais modesta do que ele.
Defrontada a uma série de homicídios que começam com um assassinato anunciado —
como se se tratasse de um jogo macabro — a simpática e bondosa Miss Marple, que
sabe descobrir a maldade escondida sob as mais honestas e inocentes aparências
desmascara o culpado, algo que não tinham conseguido fazer os investigadores
profissionais mais experientes.
9. Noite sem
fim (1967)
Lugares
malditos, casas assombradas, mortos que se levantam das tumbas, amores funestos
e pessoas que fazem pacto com o diabo são temas freqüentes na literatura
inglesa. Agatha Christie segue a tradição com esta história ambientada em uma
grande mansão rural, erguida numa região marcada por uma antiga maldição: o
Campo do Cigano. Sob o efeito do lugar, Michel Rogers fica fascinado ao
conhecer a dominadora Ellie. No ardor da paixão, os dois resolvem erguer ali
sua casa, sem dar atenção às advertências de uma cigana que os aconselha a se
afastarem para evitar a desgraça. Mas a morte marca sua presença na figura de
um assassino que parece sentir prazer em matar, atraído pelo abismo da Noite
sem fim.
10. Cai o
pano (1975, mas escrito durante a Segunda Guerra Mundial)
Hercule
Poirot encerra o círculo de sua vida na Grã-Bretanha. Sabendo que o fim está
próximo, muda-se para Styles, tentando solucionar seu último caso, e o mais
difícil, no mesmo lugar onde havia resolvido o primeiro. Um dos hóspedes
daquela casa sinistra — na qual se respira o ar maligno de um antigo crime — é
um assassino em série, diabolicamente inteligente, que matou cinco pessoas e
está disposto a continuar. Transformado num pobre inválido, imóvel numa cadeira
de rodas, Poirot parece inferiorizado frente a um astucioso e sutil matador,
que precisa ser descoberto e também castigado, porque a justiça oficial nunca o
condenaria. Poirot cumpre com o seu duplo propósito e morre, embora sua morte
seja apenas aparente, pois os personagens de ficção não desaparecem, e sempre
poderemos ler novamente as aventuras de um Sherlock Holmes, o Pai Brown, o
delegado Maigret, Philipp Marlowe..., integram a mais seleta galeria dos
detetives imortais.
* Esta lista foi preparada por John Curran para o jornal The Guardian. John, além de fã de Agatha Christie foi durante muitos anos editor oficial da obra da escritora, atuou como consultor durante a restauração da casa de Christie e é autor, entre outras obras, de um título que explora os cadernos secretos da inglesa com conteúdo até então inédito. Para John, "Agatha foi o maior expoente da história de detetive clássica." As sinopses dos livros estão num site dedicado a organização do extenso universo ficcional de Christie.
Comentários
Infelizmente não sabemos, tampouco encontramos informações a respeito. Deixamos a pergunta aberta, pensando que outro leitor possa ajudá-lo/a. Talvez você consiga uma resposta com Tito Prates. Ele é uma das figuras no Brasil mais conhecedoras da obra da escritora; foi quem escreveu a primeira biografia de Agatha Christie em língua portuguesa. Boa sorte!