Boletim Letras 360º #53
Antes das novidades deste Boletim, três avisos:
Aviso um: aproxima-se o Dia da Poesia. Breve colocaremos
nossa nova promoção on-line. Estejam atentos aqui e em nossas redes sociais.
Aviso dois: esperamos que sua visita aqui no blog se
complete indicando-nos ao TOP BLOG 2013. Pode votar via Facebook e e-mail. Lembrando
que a segunda opção só se concretiza se houver a confirmação do voto. É só clicar no banner que você vê à direita da tela.
Aviso três: continuar a leitura destas notas que foram
notícias em nossa página no Facebook durante a semana.
O jardim das delícias, de Hieronymus Bosch. Na parte inferior da terceira parte (da esquerda para a direita) série de pinturas do holandês, pesquisadores deram com uma partitura musical. Saiba mais em nosso boletim. |
Segunda-feira, 17/02
>>> Holanda: Os mistérios da arte
Vasculhando detalhadamente a imensa floresta de signos na
obra de Hieronymus Bosch estudiosos deram com uma partitura desenhada na bunda
de um dos infelizes que é torturado no quadro O Jardim das delícias (foto). A partitura foi executada e deu nisso.
>>> Brasil: Murilo Mendes reeditado
Sob responsabilidade da Cosac Naify. Em setembro
publicam-se Poemas (1930) e A idade do serrote (1968); no mês
seguinte, Convergência (1970). Mas,
antes disso, já agora em agosto, sai uma compilação de outros trabalhos de
Mendes organizada por Júlio Castañon Guimarães, crítico da Fundação Casa de Rui
Barbosa, e por Murilo Marcondes de Moura, professor de literatura brasileira na
Universidade de São Paulo.
>>> Brasil: Chega às livrarias inédito de Amós
Oz
Pela Companhia das Letras – editora que tem
publicado o escritor por aqui. Composto de oito histórias interligadas Entre amigos recria com precisão a
realidade de um kibutz. Durante os anos 1950, no kibutz Ikhat, vizinho de uma
antiga aldeia árabe então abandonada, israelenses de diferentes origens e
idades partilham um cotidiano de trabalho árduo e dedicado. O livro tem início
com o solitário Tzvi Provizor, que se ocupa diligentemente dos jardins do
kibutz, mas no tempo livre escuta o rádio e espalha com especial prazer
notícias de tragédias e calamidades. E termina com os últimos dias do velho sobrevivente
do Holocausto Martin Vanderberg, que acredita na abolição de todos os estados
nacionais e numa fraternidade mundial e pacifista, coroada pelo uso do
esperanto como idioma comum a todas as pessoas. Neste engenhoso conjunto de
narrativas interligadas, em que os personagens ora protagonizam uma história,
ora aparecem de relance na próxima, Amós Oz elege a fronteira como espaço
privilegiado: entre o conto e o romance, entre duas gerações, entre o desejo de
se decidir o próprio futuro e a missão de perpetuar um povo e sua cultura.
Terça-feira, 18/02
Israel: A caixa preta,
de Amós Oz vai virar filme pelas mãos de uma cineasta brasileira
Depois de Natalie Portman se interessar em adaptar De amor e trevas, de Amos Oz, outra
produção que toma por base uma peça de sua obra deve ir para as telas.
Desta vez pelas mãos da cineasta brasileira Monique Gardenberg já está no quinto
tratamento do roteiro de A caixa preta.
O filme que será realizado em Israel e ainda elenco não está definido recebeu o
aval do próprio autor para sua adaptação. É este um dos romances mais notáveis
de Oz e um dos mais traduzidos – já em 30 idiomas.
>>> Estados Unidos: De livros e gatos
De vez em quando, surge na web algo tão adorável... Desta
feita, enquanto buscávamos na web
imagens para uma seção que temos em nosso Tumblr que reúne imagens de
escritores e gatos (pela óbvia relação entre esses dois seres), encontramos
este projeto conduzido pela Animal Rescue League – “Book Buddies” – cuja
proposta é fazer os pais levarem seus filhos pequenos para o abrigo a fim de
lerem para os gatos. O projeto cumpre um duplo propósito: acalma os gatos e
incentiva os pequenos à leitura. O programa supostamente teve o seu início após
um funcionário observar seu filho praticar suas habilidades de leitura com os
gatos ao passar boa parte de seu tempo no abrigo. Os membros da equipe tomaram
conhecimento e e criaram um programa de voluntariado regular. Bem, fizemos uma
fissura na coluna “Escritores e gatos” para “Leitores e gatos” e há um conjunto de imagens desse encontro no nosso Tumblr esperando a visita de vocês.
Quarta-feira, 19/02
>>> Brasil: O
Pequeno Príncipe ganha nova tradução para o português, agora, por Ferreira
Gullar
O livro já vendeu mais 2 milhões de cópias só Brasil,
segundo levantamento realizado até novembro de 2013. A primeira edição chegou
ao país em 1954 e foi traduzida por Dom Marcos Barbosa. Antes que caia em
domínio público no próximo ano, a editora Agir entrega ao mercado esta nova
tradução. "Saint-Exupéry, quando fez o livro, foi num tom de quem está
conversando, contando uma história para alguém, criança ou adulto, porque o
livro tem essa ambiguidade" – diz o poeta ao caderno Ilustrada. Gullar fez a versão a partir da edição de 1943 preparada
nos Estados Unidos, anterior portanto a utilizada por Barbosa, que usou a de
1945, lançada na França. A Agir lança ainda um dossiê (A bela história do Pequeno Príncipe) com depoimentos de amigos de
Saint-Exupéry e de editores da Gallimard, editora que publica a obra, sobre o
clássico. Aí também se inclui esta nova versão.
>>> Brasil: Documentário sobre Salinger já está nos
cinemas brasileiros
Traduzido como Memórias
de Salinger, o filme que explora a intimidade do autor de O apanhador no campo de centeio, já
estreou no Brasil. Dirigido por Shane Salerno, o longa remonta a trajetória do
autor a partir de suas conturbadas relações amorosas e de suas publicações. Há
declarações de ex-amantes, de especialistas em sua obra e de atores como Edward
Norton e Philip Seymour Hoffman. Além das entrevistas, o filme exibe fotos e
imagens inéditas de Salinger, que fugia dos holofotes e viveu por décadas
isolado numa casa no meio das montanhas. Outro assunto bastante explorado é a
obsessão do escritor em publicar seus contos na revista The New Yorker, onde foi rejeitado muitas vezes durante anos até
conseguir. Nos depoimentos, amigos e colegas de Salinger comentam a obra do
autor dando detalhes sobre o contexto em que foram escritas. Em 2013, acompanhamos
toda a gestão da obra e seus desdobramentos até sua estreia nos Estados Unidos.
Além do filme, também o livro já está nas livrarias, publicado pela Editora
Intrínseca que decidiu por preservar o título original, Salinger. Dos vários
textos publicados no blog, atenção para este que faz uma breve apreciação sobre o filme em questão.
Quinta-feira, 20/02
>>> Brasil: Estamos diante da ficção do chileno
Jorge Edwards
A Cosac Naify já conhecida por editar no Brasil Alejandro
Zambra, investe noutro nome chileno, o de Jorge Edwards; o primeiro título em
lançamento é A origem do mundo. O
livro é a narrativa sobre casal de médicos Silvia e Patricio Illanes, exilados
em Paris após o golpe de Pinochet, em 1973, e o amigo Felipe Diaz, um boêmio
livre e sedutor, além de corajoso crítico dos velhos dogmas da esquerda. Diaz
reúne qualidades opostas a Patricio, que é um homem sério, contido, defensor da
vida saudável e dedicado marido de uma mulher bem mais jovem. Com a morte de
Diaz, o que antes era apenas uma silenciosa desconfiança sobre os sentimentos
de Silvia se fortalece e, tomado pelo ciúme juvenil aos setenta anos, Illanes
começa uma investigação cuja principal pista é a reprodução de um célebre
quadro de Gustave Courbet.
>>> Portugal: Mais uma edição da revista Blimunda e mais Julio Cortázar
A edição de fevereiro da revista da Fundação José
Saramago destaca o início do Ano Cortázar, com duas crônicas, assinadas
por Pilar del Río e Ricardo Viel sobre o Grande Cronópio. Sara Figueiredo Costa
escreve sobre o último trabalho de Miguel Gonçalves Mendes, Nada tenho de meu, diário de viagem
filmado e escrito na companhia de João Paulo Cuenca e Tatiana Salem Levy. Organizado
pela Fundação Tomás Eloy Martínez, pela revista Anfíbio e pela editora Planeta, a primeira edição do Prêmio de
Crônicas La Voluntad teve como vencedor o texto de María Silvina Prieto,
condenada a prisão perpétua por um erro que prefere não pormenorizar, que nos
conta uma experiência vivida nos dias de prisão. No infantil e juvenil, Andreia
Brites entrevista Teresa Calçada, coordenadora da Rede de Bibliotecas Escolares
e precursora dos caminhos da leitura pública em Portugal. A fechar, a
Saramaguiana publica uma leitura a partir de Ensaio sobre a Cegueira, por Eula Carvalho Pinheiro, e um texto de
Joan Morales Alcudia, autor do livro recentemente editado em Espanha (cf.
falamos sobre por aqui), Saramago por
José Saramago. Para fazer o download da revista, acessar aqui.
Sexta-feira, 21/02
Brasil: Chega mais um título inédito de Gonçalo M. Tavares
O português Gonçalo M. Tavares consolidou, ao longo de uma
década, uma obra que, em termos de ousadia formal e reconhecimento crítico,
costuma levar bem mais tempo para ser obtida. Autor de Jerusalém, romance que venceu o Prêmio Portugal Telecom, e de uma
inventiva série chamada O Bairro, na
qual os personagens, identificados com nomes de artistas e intelectuais,
representam ideias abstratas em situações que vão da lógica à comicidade,
Tavares está lançando no Brasil seu romance Matteo
Perdeu o Emprego pela Foz Editora. O livro foi publicado originalmente em
2010 em Portugal . Trata-se de um livro de difícil classificação. Metade da
obra é constituída por uma reunião de fragmentos narrativos em que cada
personagem serve de ponte para o protagonista da história seguinte. (Via Mundo
Livro)
>>> Espanha: Resgate de um escritor esquecido
Não temos conhecimento de alguma obra de Andrés Caicedo aqui
no Brasil. Isso pode estar perto do fim? Bem, dá para se prever que sim: a
Alfaguara, editora que tem filial em terras tupiniquim, resgata para os
falantes de língua espanhola a obra do escritor, um dos nomes míticos da
literatura colombiana. Caicedo suicidou-se ainda muito jovem, mas deixou uma
obra que tateia vários gêneros literários: o romance, o conto, o teatro e
roteiros para o cinema – grande parte publicada postumamente. O romance de
destaque é Qué viva la música,
narrativa que retrata a agitação da juventude da cidade de Cali, com pinceladas
de cinema e rock. O primeiro romance a ser editado pela Alfaguara nessa
operação de resgate é Mi cuerpo es una
celda. A editora prepara na sequencia os contos completos, Qué viva la música e a autobiografia de
Andrés Caicedo.
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