A lista de leitura de J. M. Coetzee
“ Madame Bovary é a história de uma francesinha sem importância – esposa de um inepto médico rural –, que depois de um par de relações extraconjugais, nenhuma das quais funciona bem, e depois de afundar-se em dívidas para pagar artigos de luxo, desesperada, toma veneno para rato e se suicida”. Assim inicia a introdução que J. M. Coetzee, Prêmio Nobel de Literatura em 2003, coloca à frente do célebre romance de Flaubert, uma das 12 obras que formam sua Biblioteca pessoal , a particular coleção que acaba de ser publicada pela editora argentina El Hilo de Ariadna. María Soledad Constantini foi quem propôs ao escritor sul-africano que, seguindo o modo de Jorge Luis Borges, elegesse os livros-chave de sua formação como leitor e como escritor. O autor de Desonra , aceitou o convite e pôs mãos à obra: selecionou títulos e escreveu para cada um deles uma introdução de pelo menos quinze páginas, dando voz a uma face menos conhecida de seus leitores, a de crítico literário – e um do