A maçã envenenada, de Michel Laub
Por Pedro Fernandes Apresentado como o segundo título de uma trilogia que se inicia com Diário da queda , publicado em 2011, este título de Michel Laub é uma tentativa de galgar uma voz própria na cena literária contemporânea. Em linhas gerais é um texto interessante, bem escrito, uma narrativa polida e arredondada e, se me permitem a expressão, sem aberturas muito visíveis que dialogue com o romance anterior ou que deixe pontas a serem mais bem desenhadas no livro subsequente. Isto é, no que se refere ao comportamento de uma boa narrativa, pode-se ler A maçã envenenada como um acerto do jovem escritor. Agora, no que se refere a colocá-lo no interior de uma literatura que promete alguma coisa nesse cenário sem tantas visões para o futuro, é preciso não fazer tantas apostas positivas. Laub se beneficia de uma série de relações em voga no romance contemporâneo, a nomear: a relação entre literatura e história, entre ficção e realidade, ou ainda entre ficção e memória e bus