A solidão imortal do vampiro (II)
Por Márcio de Lima Dantas Lua cheia: falando do filme No filme Entrevista com o vampiro , de Neil Jordan (1994) tudo pontifica a beleza e o requinte. As cenas sugerem um caráter expressionista. Há uma certa tendência em se acentuar os elementos constituidores do cenário enquanto fato semiótico: o mobiliário, as indumentárias, a música; requinte com certo toque de barroco. Outra coisa é o propósito consciente de vestir as personagens de determinadas cores. Lestat, por exemplo, sempre aparece em matizes de azul, enquanto no personagem Louis preponderam o verde e suas nuanças. Cláudia oscila entre as duas cores. O misterioso Armand está sempre de negro. A belíssima música “Madeleine’s lament” é uma homenagem à esposa de Louis, quando este vai ao cemitério prantear a morte da amada, embriagando-se de álcool, num gesto de profundo desespero de quem lhe escapou o maior bem – fatalidade capaz de destruir abruptamente uma relação de amor e completude. Seu semblante pesaroso