Vinicius de Moraes: músico e poeta
Por Adriana Borges Tom Jobim conheceu Vinicius de Moraes em um bar no Rio de Janeiro quando o poeta procurava um músico para sua peça Orfeu . A parceria rendeu a construção de parte significativa do legado musical brasileiro. Vinicius de Moraes nem sempre foi músico, e ao adentrar o universo musical carregou consigo a poesia que antes estava restrita apenas aos livros. Desde o princípio sua obra literária prezou pelo lirismo, ainda que inicialmente esse “eu lírico” estivesse mais amarrado a um universo religioso neo-simbolista, onde o amor estava vinculado ao “espírito” e a mulher em sua dimensão física simbolizava o pecado. As poesias eram construções em torno do que chamavam de “esquemas eternos”, ou seja, do esotérico, o metafísico, o universo em sua imaterialidade, traços herdados de sua educação católica e das influências literárias de autores como Rimbaud, Claudel, Baudelaire e Augusto Schmidt, o que lhe valeu posteriormente, o título de “inquilino do sublime”, por s