Construções do feminino na poesia inicial de Vinicius de Moraes
Por Denise Akemi Hibarino Casamento de Vinicius de Moraes com a atriz do Cinema Novo baiano Gesse Gessy em 1973, na Bahia, num ritual de candomblé no qual Jorge Amado foi testemunha. Os dois já haviam se casado em 1970 no Uruguai. Agora, muitos anos depois a própria Gesse desmente o ritual: "Foi um casamento cigano. Disseram que era candomblé, mas não procuraram saber. Cortamos os pulsos e cruzamos nossos sangues" - disse em entrevista recente ao Correio do Brasil. Considerações iniciais Ao situar Vinicius de Moraes no cenário da literatura brasileira, vemos um poeta que se destacou pelos sonetos à mulher amada, pelo seu trabalho como cronista e dramaturgo (Hibarino, 2004) . Sua vida e seus amores tiveram uma dimensão quase igual ou maior do que o alcance de sua obra. Desta forma, a imagem que se faz de Vinicius é a do homem apaixonado que se casou nove vezes, teve inúmeras amantes e fez de todas as mulheres sua inspiração poética. Consequentemente, escr