O homem revoltado, de Albert Camus
Por Rafael Kafka O homem revoltado causou polêmica. Pode-se dizer que ainda causa. Na época de seu lançamento foi a pá de cal nas relações amigáveis entre Albert Camus e Jean-Paul Sartre. O primeiro, herói da resistência assim como o autor de O ser e o nada era visto pelos seus pares como alguém isolado do meio político, preocupado demais com a liberdade individual e, pode-se dizer, bastante pândego, ocupando-se mais em gozar a vida do que compreendê-la por meio de sistemas filosóficos bem elaborados. Devido a isso, as divergências com os existencialistas logo passaram a surgir. O ponto principal era o apoio dado por nomes como Sartre, Simone de Beauvoir, Merleau-Ponty ao movimento comunista que imperava na então poderosa União Soviética. De herói da Resistência francesa Camus passou a ser visto como conformado, alienado e outros termos os quais indicavam uma preocupação exclusiva com o seu próprio ser. Nem mesmo o rótulo de existencialista ele aceitava. Mesmo su