A solidão imortal do vampiro (I)
Por Márcio de Lima Dantas Cena Nosferatu , de F. W. Murnau (1922). Lua: ergue-se ao crepúsculo O mito do vampiro encontrou no final do séc. XX e início do XXI um substrato socioantropológico que o fez não apenas se revigorar, mas, sobretudo, engendrar novos arranjos e adquirir uma feição com contornos extremamente marcados, integrando, em definitivo, o conjunto dos principais mitos que constelam o patrimônio imagético do ocidente. Com efeito, o onirismo do mito do vampiro foi bastante tonificado nos últimos cem anos. Revigorado e modalizado de diversas maneiras e em vários meios, permaneceu preso à aura simbólica da lenda codificada na Transilvânia (em torno do séc. XV) e recriada literariamente na obra de Bram Stocker (séc. XIX). Sem dúvida, o vampiro e suas imagens encontram-se impressos na geografia física e inconsciente, fincando-se como um dos mais populares dentre a inumerável plêiade de seres imaginários que “atuam” nas mentes de muitos povos. As