Nada além de assédio na nova biografia de Salinger
Fotografia do documentário Salinger . The Washington Post A dizer a verdade, não há nada que guarde relação com a vida e a obra de Salinger que não tenha sido repetido ao cansaço. O apanhador no campo de centeio , romance que o fez instantaneamente famoso quando foi publicado em 1951, é um milagre em prosa que captou a voz da angústia universal da juventude como jamais havia sido feito antes por uma obra literária. O efeito, só levemente atenuado, se prolonga num par de textos curtos e noutro punhado de contos inigualáveis. A voz vulnerável, imensamente cativadora e de uma autenticidade irrepetível do protagonista, Holden Caulfield, se fixou em volta do coração de milhões de leitores de todas as idades. Quantos milhões exatamente? Só nos Estados Unidos, 60, ao que se somam mais de 250 mil a cada ano. Se nos guiarmos pelo critério das cifras, as dimensões do mito estão mais que justificadas. A outra volta do enigma está, provavelmente, nos silêncios do escritor, na base d