Amor eterno amor, de Paulo Cox
É preciso dizer que o título, apesar de sugerir um daqueles romances baratos, está longe desse lugar comum. Com um enredo extremamente simples, outra coisa também é preciso dizer, Paulo Cox consegue o improvável, transformar essa simplicidade em algo de amplo sentido. Nos anos cinquenta, Andreas, um jovem estudante de música, conhece Claire, filha de um diplomático. Os dois então vivem uma intensa paixão, mas por um daqueles imprevistos da vida, acabam se separando. Cada um, distante, faz suas vidas: casam, têm filhos. Cinquenta anos depois pela ação do mesmo imprevisto que os separou, casualmente, os dois se reencontram. Já viúvo e com a morte em estado iminente, Andreas buscará todas as formas para resgatar o passado e viver essa história de amor falhada. No caso dele as coisas são um tanto simples: não há nada que o impeça de por em prática um desejo desse tipo, mas não é esta a situação de Claire, casada há 45 anos. Ainda que este seja um casamento apagado, ou melhor, nunc