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Crônica de um leitor de O jogo da amarelinha (1)

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por Juan Cruz Ruíz Julio Cortázar na Ponte Neuf sobre o Sena, em Paris. Foto: Antonio Gálvez Estive escutando em Madrid uma ilustre leitora de O jogo da amarelinha , a professora cubana Ana María Hernández del Castillo, que desde há muito tempo vive e trabalha em Nova York. Ela disse, nesse ato que foi celebrado no Centro de Arte Moderna, que o livro de Cortázar salvou-lhe a vida quando o leu. Todos os leitores de O jogo da amarelinha , e eu sou um deles, temos uma circunstância que nos une ao livro, que nos une também a Cortázar como tivéssemos o conhecido, como se devêssemos a ele uma aspiração ou uma esperança. Naquela sexta-feira era a primeira vez que escutava alguém dizer que este livro lhe havia salvado a vida. Não me estranhou. Até então, a cada Ano, Ana María, uma mulher razoavelmente jovem e ativa, que leva em seu rosto e seu olhar vislumbres atlânticos de sua ascendência canária, havia pensado em suicidar-se, e a cada ano adiava essa decisão. Até que leu o mais