Seara de Vento, de Manuel da Fonseca
Por Pedro Belo Clara Neste artigo de estreia, trago até si, estimado leitor, a principal obra de um dos maiores vultos do Neo-realismo português. Embora não aprecie particularmente as comparações, tampouco as incremente ou incentive – por senti-las uma espécie de veneno do talento e da preciosa individualidade de um autor –, poderei dizer, com o vero intuito de elucidar o leitor, que se os americanos tiveram John Steinbeck, os portugueses contaram com Manuel da Fonseca. De facto, as semelhanças entre ambos são diversas, embora um não seja a expressa cópia do outro (ainda que tivessem sido contemporâneos). Cada um vale e se afirma por si mesmo em sua valorosa actividade – que tal nunca seja colocado em causa. Nascido na secura das infindas planícies alentejanas, Manuel da Fonseca trouxe sempre a atmosfera da sua região natal consigo, reflectindo-a em diversos trabalhos, como se de um fidedigno espelho se tratasse. As histórias que viveu, testemunhou ou simplesmente e