Madame Bovary, de Gustave Flaubert
Por Pedro Fernandes Desde que foi escrito em 1857 que Madame Bovary foi responsável por celeumas dentro e fora do universo da literatura. Já é de conhecimento de todos, por exemplo, do processo que enfrentou o autor, Gustave Flaubert, sob acusação de que o seu romance era indevido à moral e aos bons costumes da sociedade francesa. Essa pequena mostra justifica, desde então, que não estamos diante de um texto qualquer. Se o interesse do escritor foi o de colocar o dedo no nervo central da burguesia para revelá-la em toda extensão a hipocrisia aí reinante, de fato, não apenas pela atitude de ter sido levado aos tribunais, mas sobretudo, pela revolução estética e pela confirmação da podridão da sociedade de seu tempo confirmada mais tarde, conseguiu. A obra é tudo isso e mais coisa; basta sublinhar, ainda, a força inovadora quanto ao tema e a forma – imitado nas literaturas dentro e fora de quando apareceu. Gostaria de me deter aqui em alguns dos procedimentos estéticos do r