Fausto, de Alexandr Sokurov
Por Pedro Fernandes Não será desnecessário repetir a origem de Fausto , obra já clássica da literatura ocidental que ganhou este status quando Goethe compôs o longo poema cuja primeira parte foi publicada em 1806 e a outra, já às vésperas da morte do autor, em 1832. No mesmo ano em que o filme de Sokurov teve sua estreia por aqui a Editora 34, inclusive, vez uma nova edição com outra tradução para o poema. Goethe toma por base uma lenda alemã nascida da figura histórica do Dr. Johannes Georg Fuast que viveu entre 1480 e 1540; obcecado pelo advento do poder da ciência e logo desencantado dele, Faust teria assinado um pacto com diabo a título de reencontrar o sentido pela técnica e pelo progresso. O filme do diretor russo, é uma adaptação do livro de Goethe, mas os que já tiveram oportunidade de ler o poema têm, como é já comum no jogo das adaptações, impressões opostas: uns dizem que o filme distorce o poema e, apesar das muitas cenas ‘pesadas’ não chega ao limite do que s