Miguel Torga
Já no texto de orelha da edição brasileira de 1996 de Contos da montanha , de Miguel Torga, Jorge Amado lamenta: “Miguel Torga faleceu sem ter recebido o prêmio Nobel, injustiça sem tamanho. Ninguém mereceu mais do que o grande escritor português, o poeta, o contista, o memorialista. Entre os que trabalharam a língua portuguesa, na criação da poesia e da narrativa, o nome de Torga se destaca pela escrita invulgar e pelo conteúdo de uma literatura feita de humanismo.” São palavras suficientes de um nome entre mais importantes da nossa literatura – o escritor brasileiro também não ter recebido prêmio maior, muitos concordam, também é uma injustiça. Esta aproximação com o escritor português tem uma justificativa primeira pela data de hoje: em 16 de janeiro de 1995, Torga morreu, depois de uma extensa vida dedicada, pode-se dizer, integralmente à literatura, ainda que em tempos outros, mas no princípio da juventude, nos anos 20, tenha estado morando cá no Brasil, emigrado na fa