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Mostrando postagens de novembro, 2013

Boletim Letras 360º #41

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Fotografia de um peixe pescado do Hemingway e que foi a leilão na Inglaterra. Mais detalhes sobre ao longo deste boletim. Reprodução G1. Já estamos um ano mais velho. Aumentam responsabilidades, é óbvio; mas estamos buscando ainda rejuvenescer. Fizemos alguns ajustes no blog. Os que nos conheciam de antes, já perceberam que tudo está, como dissemos outro dia no Facebook, mais clean . Tivemos a estreia esta semana de mais um colunista: Cesar Kiraly, ensaísta, poeta, professor. Por falar em aniversário, a nossa promoção como celebração pela data foi um sucesso! 145 inscritos. Mas, uma pena, seis sorteados. Quiséramos ter dinheiro para presentear todos os 145 com um livro. Todos os vencedores já foram contatados pelo e-mail cadastrado na promoção e começarão, à medida que nos responder esse contato, a receberem seus brindes. Outra novidade acompanhada ao visu clean é que todas as publicações de catálogos editados pelo blog estão agora num só lugar. Vale conferir o novo menu qu

Em Dias Chuvosos: um parágrafo

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Por Cesar Kiraly § - Lágrimas? - Espasmos secos. § em dias assim. chuvosos assim. sem nada de especial. recolhia cada um dos antigos recortes. poemas queridos. lidos. lindos. que haviam servido de porto ou de preciosidade. em dias assim. ele amassava um por um. sob certeza franzida. até o desaparecimento. nem mesmo a esperança do perecimento em flor. nem mesmo essa era mantida em seu lugar amarelado. nem mesmo a fria ironia diante dos velhos presos ao viver. nem mesmo essa deixava de ser simetricamente rasgada. Lawrence e suas roupas brancas. sua barba. nem mesmo este confuso nome. nem mesmo as consoantes. § viajante carioca melancólica de segunda viagem. de tendências nosográficas e antropológicas e alegóricas. escrevedora constante de cadernos feitos mesmo para as notas. notara ser a Europa como a zona sul. ornada com elementos de cidade. se calhar com mais sangue perdido. mas sem mosquitos. § não saberia bem como nos contar, porque nunca fomos bem um ponto,

Blue Jasmine, de Woody Allen

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A impecável atuação de Cate Blanchett brilha na pele de uma figura que tem predileção pela aparência e pela ostentação, signo da atual situação porque passam os países da crise econômica. Não sei dizer se Woody Allen é um dos maiores cineastas na ativa, como li por aí; teimo em fugir dessas certezas absolutas, principalmente essas que colocam uma pessoa acima das outras. E, diante de minha pouca experiência com a filmografia do diretor – devo ter assistido meia dúzia de filmes apenas, principalmente as últimas produções – prefiro contentar-me com a ideia de que ele é sim, um grande cineasta. Mas é só e já será suficiente. O meu entendimento para uso do epíteto de grandiosidade repousa numa ideia que tenho vindo perseguindo quando me deparo com alguns trabalhos cinematográficos (e esta opinião pode até se estender à produção literária, e os que me leem com frequência já sabem de que falo). Falo da capacidade do autor em tirar das mínimas situações uma grande história. Coisa rara.

Quando Vargas Llosa foi ghost writer de uma senhora rica

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Por Juan Cruz Vargas Llosa nos tempos em que viveu em Paris.  Há algo de jovem, de adolescente, em Mario Vargas Llosa. Na terça-feira, 19/11, quando agradeceu ao público de Matadero, um dos cenários do Teatro Espanhol, os aplausos com que acolheram sua obra teatral Kathie e el hipopótamo (o texto ainda é inédito no Brasil), disse que há anos, quando escreveu esse texto, não sonhava com uma montagem como a que viu. Na verdade, ao longo de sua vida, e já tem 77 anos, tem se passado cumprindo o que quis fazer, mas sempre hesitando se alguma vez faria. Por isso é um jovem que segue sendo inseguro ante o emprego, ante aquilo que lhe aguarda, ante o que os demais vão pensar que o que ele faz é liquidar um tempo pela preguiça. Outra dessas virtudes que afirmam sua grande adolescência é sua convicção de que ele não tem imaginação, que todos seus livros se baseiam no esforço que fez para escrevê-los, travando uma batalha para vencer essa falta de ficção que habita em se

Literatura e viagem: dez livros fundamentais da língua portuguesa

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Ninguém hesitará em definir a viagem como um dos temas (e formas) mais profícuas da literatura. Além do clichê de que ler é uma forma de viajar, escritores tramaram suas experiências em relatos, crônicas, que é uma verdadeira visita a lugares onde o leitor possivelmente só poderá ir pela leitura. Outros, transformaram o itinerário numa maneira de estruturação da obra. Esta última possibilidade talvez seja a mais antiga das formas, afinal, o grande clássico fundador da literatura ocidental é o que, se não o périplo de um herói retornado da guerra em Tróia? Na literatura de língua portuguesa, a viagem adquire uma série de sentidos e representações; este foi um dos motes que condicionou a criação dessa listinha. Sim, uma literatura que tem como um dos textos fundadores esse tema (que se constitui igualmente em forma de estruturação da obra) não poderia ser alheia à sua universalização. Possivelmente, na literatura vinda de Portugal esteja o melhor dos exemplos para o tratamento do

O lábio cego

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Por Nuno Camarneiro Pediram-me que preparasse um texto sobre literatura e erotismo. E eu aceitei o desafio, apesar de não ter qualquer ideia sobre o que haveria de escrever, apesar de sempre ter praticado as duas artes em separado. Já comi enquanto escrevia, já me ri enquanto escrevia, mas nunca… enquanto escrevia. Do ponto de vista prático, não há para mim qualquer relação entre uma coisa e a outra. Mas tem de haver uma outra relação, porque a literatura mexe com tudo, e o sexo mexe com tudo, sobretudo quando é bem feito. Todos os autores falam de amor, alguns do ponto de vista do crente, outros do ponto de vista do ateu ou do agnóstico. O amor está presente mesmo quando está ausente, é uma espécie de crença que se aceita ou se renega, mas que é difícil contornar. E o erotismo, o que raio é isso? Um amor vertido em corpo? É o sexo teorizado? É simplesmente a descrição do que se fez ou se gostaria de fazer em vez de estar a escrever? O dicionário diz que o

Boletim Letras 360º #40

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Iniciamos este boletim fazendo uma chamada final para a celebração dos nossos seis anos on-line. Ainda estamos nas fraldas, é verdade, mas durante esse tempo on-line já passamos por boas e ruins. Mas, com honestidade e sem subestimações, temos galgado um espaço diferenciado na web , apresentando aos que nos acompanham e aos que caem por aqui desavisados sempre muita coisa bacana. Este espaço surgiu, como está escrito no seu histórico como uma aventura de um sujeito semianalfabeto nos recursos digitais, passou a ser um espaço pessoal, privado, com escritos e coisas de interesse do mantenedor do espaço, para depois, agregar a isso, outros interesses. Temos construído um corpo de contribuintes com receitas textuais quinzenalmente, o que tem dado muito certo, e firmado parcerias entre grandes e pequenos a título de compor uma rede cujo interesse é o de apresentar aquilo que melhor nos define enquanto humanos, a arte. Nesses seis anos, temos publicado pouco mais de 1.670 textos, rece