Boletim Letras 360º #28
Van Gogh, A colheita, um dos quadros cuja réplica em 3D está sendo comercializada pelo Museu Van Gogh em Amsterdã - leia mais sobre o projeto neste boletim. |
Ufa! Mais um fim de mês. E o ano, ó! Já também em vias de
findar. Aonde vamos chegar com essa correria do tempo – perguntam-se muitos e
perguntamos nós também. Se muitos não têm a resposta, nós também não; o que
sabemos é que chegaremos, já na próxima segunda-feira, 2, com mais uma nova promoção
na página do Letras.verso e re.verso no Facebook. Por enquanto, enquanto a promoção
não vem, é bom dá uma corrida de vista ao que foi notícia por lá.
Segunda-feira, 26/08
>>> Brasil: Poesia marginal no centro das atenções
O Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro sedia
até o dia 10 de novembro de 2013, a mostra "Poesia Marginal – Palavra e
Livro". Com curadoria do poeta Eucanaã Ferraz, cerca de 60 publicações
serão expostas, com destaque para livros da década de 1970, auge da poesia
marginal, de autores como Ana Cristina Cesar, Cacaso, Chico Alvim, Geraldo
Carneiro, Roberto Schwarz, Chacal, Bernardo Vilhena, Guilherme Mandaro, Eudoro
Augusto, Zuca Sardan, Luis Olavo Fontes, entre outros, que organizaram grupos e
selos literários como Frenesi, Nuvem cigana, Vida de artista e Capricho.
Livretos mimeografados, fotografias, revistas literárias e as duas edições do
Almanaque Biotônico Vitalidade também foram incluídos na mostra. A visitação é
feita de terça a domingo, das 11h às 20h com entrada livre. O IMS Rio de
Janeiro fica na Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea; para outras informações
os telefones disponíveis são (21) 3284-7400/ (21) 3206-2500.
>>> Brasil: Produção italiana sobre vida e obra de
Jorge Amado com estreia em Salvador
O primeiro documentário europeu sobre a vida de Jorge Amado
teve estreia no Brasil no dia 28 de agosto de 2013 na Fundação Casa de Jorge
Amado. Intitulado Realidade e Magia de
Jorge Amado, o documentário é uma produção da emissora italiana RAI-TECHE e
foi proposto pela Jornalista Antonella Rita Roscilli (brasilianista e também
biógrafa de Zélia Gattai) que esteve presente no lançamento na FCJA, onde fez
uma apresentação sobre a produção do filme. A autoria do projeto é da
roteirista italiana Silvana Palumbieri. Realizado em 2012, o documentário foi
apresentado primeiro em Roma, durante o evento do Centenário do escritor baiano
na Galeria Cortona do Palazzo Pamphili, sede da Embaixada do Brasil na Itália.
Depois da Bahia, o filme será exibido no Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba,
Brasília e Minas Gerais. Está previsto ainda um lançamento para a França e o Uruguai.
O documentário ilustra todas as fases da vida do escritor, com entrevistas
realizadas por grandes nomes do jornalismo televisivo italiano, fotografias e
trechos de filmes. A produção entrelaça o lado biográfico com o lado literário
e político de Jorge Amado.
>>> Brasil: Chega às livrarias o novo livro de
Elfriede Jelinek
Criticada ferozmente na imprensa de seu país pelo caráter
supostamente pornográfico de sua obra, a austríaca Elfriede Jelinek tem o segundo
livro lançado no Brasil. Desejo, que
chega às livrarias em setembro, trata das vulgaridades e ganâncias de uma
(estereotipada, porém crível) sociedade machista. Sua primeira obra lançada no
Brasil foi A pianista, em 2004,
adaptada ao cinema em 2011 por Michael Haneke – o A professora de piano. Elfriede Jelinek ganhou o Nobel em 2004,
mas, portadora de uma fobia social, não compareceu à entrega do prêmio.
>>> Estados Unidos: Museu libera acervo para
download
Imagens de desenhos do austríaco Gustav Klimt, pinturas do
holandês Van Gogh e aquarelas do alemão Albrecht Dürer estão entre as obras
liberadas para uso geral desde o último dia 12 pelo museu que possui os
originais desses artistas, o J. Paul Getty, na Califórnia, Estados Unidos. A
instituição anunciou seu novo programa de abertura de conteúdo que envolve 4,6
mil obras em imagens de alta resolução para download em seu site. A coleção tem
reproduções de pinturas e desenhos e fotografias de arquitetura, esculturas e
joias. O site do museu está aqui.
Terça-feira, 27/08
>>> Brasil: Uma Bienal cheia de novidades
A do Rio de Janeiro, que está aberta aos visitantes até o
próximo dia 8 de setembro de 2013. A programação neste ano inclui vários espaços:
um deles, com vistas para a Copa do Mundo em 2014, para debates sobre futebol e
literatura; outro, é um espaço exclusivo para jovens; depois, um para negócios.
E mais outro: o espaço mais alemão que um evento dessa natureza já abrigou, com
vistas para a Feira do Livro de Frankfurt, que recebe este ano o Brasil como
país homenageado. E claro, a participação, de uma leva de escritores – mais de
180 – entre eles, Mia Couto, Zuenir Ventura, Nuno Camarneiro e mais, na página
do evento, aqui.
>>> Brasil: João Paulo Cuenca como curador do Café
Literário na 11ª Bienal do Livro da Bahia
O evento ocorrerá entre os dias 8 a 17 de novembro, em
Salvador: na programação, 385 expositores e mais de 100 autores nacionais e
internacionais dos mais diversos estilos e gêneros literários. Mais informações,
no site do evento, aqui.
>>> Portugal: Uma coleção de poesia em construção
A editora portuguesa Tinta da China lançou uma coleção de
poesia, coordenada por Pedro Mexia, que tem pretensão ser uma das mais ousadas
e ecléticas na literatura de língua portuguesa. Os dois títulos inaugurais já
atestam isso: Exemplos, do poeta
cabo-verdiano João Vário, e o livro de estreia da poeta Rosa de Oliveira, Cinza.
>>> Brasil: Ana Maria Machado vence o Prêmio Passo
Fundo Zaffari & Bourbon
Depois de não ganhar o Prêmio Jabuti, dado o caso do jurado
C que literalmente detonou o romance concorrente, Ana Maria Machado foi a
ganhadora do Prêmio Passo Fundo Zaffari &Bourbon de Literatura por seu
romance Infâmia. O romance foi
escolhido à frente de importantes outros títulos como A noite das mulheres cantoras, de Lídia Jorge; Barba ensopada de sangue, de Daniel Galera; Domingos sem Deus, de Luiz Ruffato; Habitante Iirreal, de Paulo Scott; Lívia e o cemitério africano, de Alberto Martins; O céu dos suicidas, de Ricardo Lísias; O que os cegos estão sonhando?, de Noemi
Jaffe; Solidão continental, de João
Gilberto Noll; e Uma duas, de Eliane
Brum. A autora disse que o prêmio repara uma injustiça – numa clara alusão à desclassificação
sofrida no Prêmio Jabuti quando teve o referido romance rebaixado à nota zero.
Quarta-feira, 28/08
>>> Holanda: Van Gogh em 3D
O Museu Van Gogh em Amsterdã oferece agora réplicas de
quadros do artista em 3D. Denominadas Relevo,
os preços oscilam entre 15 e 25 mil euros. A ideia é uma parceria do museu com
a empresa Fujifilm. Juntos desenvolveram a relevofografia – uma técnica de
reprodução que combina o scanner tridimensional com uma impressão em alta
resolução. Lançada em Hong Kong no mês de julho e à venda na Holanda, esta nova
coleção inclui cinco quadros: Os
girassóis, Amendoeiras em flor, A colheita (imagem de abertura deste boletim), Boulevard de Clichy, e Milharal
na tempestade.
>>> Estados Unidos: O corre-corre dos herdeiros de
William Faulkner pelas últimas gotas de dinheiro de sua mina literária
É que dentro de poucos anos os romances do escritor
estadunidense caem em domínio público. Enquanto esse dia não chega, os
herdeiros estão num corre-corre pelo máximo dos lucros (pobre Faulkner!). A
notícia veiculada no Wall Street Journal
aponta entre outras ações o processo milionário que tem como réu Woody Allen
por usar a imagem de Faulkner sem permissão e a venda das obras completas do
escritor para a HBO.
>>> Estados Unidos: Shakespeare nos cinemas: uma
nova versão para Muito barulho por nada
Muito barulho por nada
é uma peça de Shakespeare centrada em dois personagens: Beatriz e Benedicto.
Inteligentes, bem articulados, espirituosos, eles são alérgicos ao casamento
e rápidos em construir respostas espertas para todo o tipo de afirmação ou
pergunta relacionada à questão. E é justamente isso que faz com que essa seja
uma das mais engraçadas obras de Shakespeare. Na nova releitura da peça (Much
Ado About Nothing – 2012), o cineasta optou por ambientar a história de
Beatriz, Benedicto e seus amigos nos tempos atuais, mas mantendo o texto
clássico de Shakespeare. O filme é todo em preto e branco e foi rodado em
apenas 12 dias na casa de Joss Whedon, o diretor. Com estreia para poucas
salas brasileiras, o filme está em cartaz desde o dia 23 de agosto.
>>> Bélgica: Vendem-se mais livros à base do cheiro
do chocolate
Esqueçam o cheiro do café entre os livros, uma teoria
lançada por um grupo de pesquisadores belgas (ao menos lá) e publicada no Journal of Environmental Psychology diz:
o cheiro do chocolate leva os compradores a ficarem mais generosos e abrirem a
carteira. Coincidências ou não, o fato é que os pesquisadores difundiram essência
de chocolate numa livraria e os clientes compraram cerca de mais 40 por cento
de romances e livros de culinária e mais 22 por cento de livros de outros
gêneros. A pesquisa completa pode ser lida aqui.
>>> Alemanha: Nova versão do portal do Brasil na
Feira do Livro de Frankfurt on-line
O portal conta com informações sobre os 70 autores presentes
na homenagem e as atividades culturais em museus e galerias, casas de show e
teatros. Por enquanto, o site pode ser lido em versões nas línguas portuguesa e
inglesa, mas em breve, ganhará uma versão em alemão. Aqui.
Quinta-feira, 29/08
>>> Inglaterra: Um museu on-line com cartas que
nunca chegaram
Em 6 de agosto de 1914, apenas dois dias depois que a
Grã-Bretanha declarou guerra à Alemanha, Joseph Ditchburn, um soldado que
servia no Durham Light Infantry, escreveu uma carta para sua mãe: ele tinha 19
anos, e ainda estava no quartel, na Inglaterra, mas prestes a fazer uma viagem
importante. Uma viagem que poderia não ter retorno: "Estou me preparando
para ir para a frente, e eu só lamento que eu não te vi antes de ir, mas
depois, querida mãe, se eu não perder o coração, talvez eu possa voltar." O
medroso "talvez eu possa" é a palavra dizendo: sua carta era um
daqueles que as tropas foram incentivados a escrever e manter em seus livros de
bolso com suas vontades, de modo que se o pior acontecesse algum registro havia
ficado e poderia ser enviado para os familiares. Mas muitas cartas nunca
chegaram ao destino previsto porque a censura via: este soldado falou demais. É
o caso da correspondência de Joseph. Milhares de outras igualmente julgadas
inadequadas já pode ser lido pela primeira vez on-line por descendentes dos
soldados ou qualquer um que tenha em mãos os dados de alguém importante que
esteve no front naqueles anos. Ao todo são mais de 278.000 missivas de soldados
galeses, escoceses e irlandeses arquivados separadamente em Iron Mountain, um
centro de armazenamento de alta segurança nos arredores de Birmingham. Aqui.
>>> Portugal: Itinerários de Fernando Pessoa
A declaração de amor que Fernando Pessoa fez à sua cidade
"Oh Lisboa Meu Lar!" serve de mote para um itinerário por lugares
marcantes na vida do poeta. Com ponto de encontro na sede da Dianatours, junto
à estação de metrô de Entrecampos, Lisboa, o circuito realiza-se de ônibus e
percorre, durante três horas, locais frequentados por Pessoa: Largo de S.
Carlos, Chiado, Largo do Carmo, Elevador de Santa Justa, Casa Fernando Pessoa,
Cemitério dos Prazeres e Mosteiro dos Jerônimos. A viagem é acompanhada por um
ator do espetáculo A Barraca que
interpreta o papel do escritor e um áudio guia traduzido em oito línguas.
>>> Brasil: Livro reúne pela primeira vez crônicas
e ensaios sobre bossa nova escritos por Vinicius de Moraes
São textos escritos entre as décadas de 1950 e 1970,
compondo um panorama saboroso e pouco conhecido da relação de Vinicius com a
música popular. Samba falado, editado
pela Azougue Editorial é uma oportunidade imperdível para conhecer
outra face da escrita do poeta. O livro é organizado por Sergio Cohn, Simone
Campos e Miguel Jost.
>>> Japão: Conselho escolar proíbe a circulação de
HQ histórica que conta os horrores da guerra
O clássico Hadashi No
Gen, de Keiji Nakazawa, um mangá de 1973 que retrata os horrores da Segunda
Guerra Mundial, em especial o episódio da explosão da bomba atômica de
Hiroxima, foi censurada pelo conselho escolar da região japonesa de Matsue, que
ordenou que todos os exemplares do livro fossem retirados das bibliotecas das
escolas primárias e preparatórias. Hadashi
No Gen conta a história de Gen e a sua mãe, que sofrem a explosão da bomba
de Hiroxima e têm de sobreviver depois numa zona devastada. Publicada pela
primeira vez em 1973, num número especial da revista Weekly Shonen Jump, esta mangá foi muito bem recebida, tendo-se
estendido a história por dez volumes. Desde então, Hadashi No Gen tem sido
reeditado várias vezes e foi já traduzido em 20 línguas, entre as quais inglês,
francês, alemão, russo e italiano. A história foi até já adaptada para o
cinema, a televisão em desenhos animados e mesmo para o teatro. O livro também
é frequentemente usado nas escolas, uma vez que os professores recorrem à
história e às suas imagens para explicar aos alunos o que aconteceu na época no
Japão e nos países vizinhos. Foi aliás também com este intuito que Keiji Nakazawa,
que morreu no ano passado, o escreveu. No entanto, o conselho escolar
considera agora que as imagens são demasiado violentas e por isso não são
adequadas para crianças e jovens, alegando ainda que alguns acontecimentos
retratados nunca aconteceram. Fato é que, depois da proibição e da
repercussão do caso, a procura do mangá nas lojas disparou e o conselho escolar
já afirmou publicamente que se reunirá para pensar novamente sobre o assunto.
Resta agora saber se voltará atrás na decisão.
Sexta-feira, 30/08
>>> Estados Unidos: Charles Bukowski on-line
Os leitores do escritor Charles Bukowski (1920-1994) dispõem
agora de um site integralmente dedicado a ele. O espaço reúne poemas
datiloscritos, cartas, entrevistas, fotografias, desenhos e muitos outros
documentos relacionados com o escritor, incluindo o seu processo nos
arquivos do FBI. O site apresenta ainda uma minuciosa biobibliografia de
Bukowski, um mapa com todos os edifícios onde morou em Los Angeles, uma lista
dos muitos empregos que teve, uma base de dados com todos os seus poemas
(alguns nunca editados em livro) e um fórum de discussão online. Aqui.
>>> Portugal: Novo romance de Valter Hugo Mãe
Chama-se A
desumanização e deve ser publicado no mês de setembro, em Portugal, pela Porto
Editora. As informações são da página do escritor no Facebook. Já há alguns
meses Mãe anunciara o fim do texto que foi gestado num autoexílio entre
2012 e 2013 na Islândia. Ainda não temos a data para a chegada do livro ao
Brasil. Aqui, a edição mais recente sua é o
apocalipse dos trabalhadores, editado pela Cosac Naify.
>>> Brasil: Bárbara Heliodora celebra seus 90 anos
com publicação de livro
O aniversário foi dia 29 de agosto de 2013 e o livro chegará
em novembro deste ano (com lançamentos previstos para a Curitiba e Rio de
Janeiro). Maior autoridade brasileira sobre a obra do dramaturgo inglês William
Shakespeare, o livro que vem a lume reúne 10 textos que tratam da história do
teatro desde a Grécia até o Brasil, passando pela Itália, Espanha, Inglaterra e
França, entre outros países. Caminhos do
Teatro Ocidental, é uma publicação realizada pela Associação Cultural Solar
do Rosário, em Curitiba. O livro é viabilizado através da Lei Rouanet. Bárbara
Heliodora começou a carreira como crítica teatral na Tribuna da Imprensa, em 1957, e posteriormente passou por veículos
como o Jornal do Brasil e o Diário Carioca, se consolidando como uma
crítica reconhecidamente agressiva. Esteve afastada da crítica durante o Regime
Militar no Brasil, mas voltou em 1985 e em seguida passou a escrever para o
jornal O Globo, onde publica até
hoje. Além da trajetória no jornalismo, paralelamente Bárbara se dedicou a
tradução de toda a obra teatral de William Shakespeare, autor que é o tema de
vários livros publicados por ela como A
expressão dramática do homem político em Shakespeare (1978) e Reflexões shakespearianas (1998), entre
outros.
>>> Brasil: Companhia das Letras apresenta o novo
romance de Carlos de Brito e Mello
Primeiro foi A
passagem tensa dos corpos, agora é o novo romance é A cidade, o inquisidor e os ordinários tratado como um auto
moralizante de classe média no Brasil dos dias atuais. Romance construído a
partir das muitas vozes de seus personagens, trilha um caminho completamente
novo e singular na literatura contemporânea brasileira — ainda que contenha
ecos de Osman Lins, Lucio Cardoso e mesmo de Gonçalo Tavares. É uma seara mais
experimental, mas mesmo assim tem carisma, graças à escrita precisa e à visão
de mundo absolutamente anárquica e derrisória do autor a partir de temas como a
morte, os maus hábitos, a mediocridade. É uma espécie de jornada teológica no
cotidiano mais comezinho. Um “inquisidor” percorre a cidade apontando para as
falhas dos habitantes. Estes, por sua vez, logo aderem ao mesmo comportamento —
em vez de se rebelarem — e toda a cidade se converte numa espécie de auto de
fé. O resultado, hilário e com certo travo amargo, é um retrato da
subserviência de muitos diante do poder. A
cidade, o inquisidor e os ordinários é um livro que alterna comédia,
observação dos costumes e crítica social, tudo por meio de uma prosa altamente
imaginativa e empática.
>>> Brasil: Divulgados alguns nomes do Festival
Literário de Natal
O evento reúne o antigo Encontro Natalense de Escritores, o
Encontro de Escritores de Língua Portuguesa e quer abrigar uma Feira do Livro.
Tem na lista mais de duas dezenas nomes entre eles a estrela, mais perseguida,
segundo informações de Sérgio Vilar para o Portal de Notícias No Ar, Caetano
Veloso. O cantor e compositor foi sondado pela prefeitura de Natal - mentora do
evento através da Funcarte – pelo menos seis meses, até que ouve o “sim” sacramentado: Caetano irá participar, sim, do agora Festival
Literário de Natal. O evento, anotem, será realizado entre os dias 6 e 9 de
novembro, no Largo Dom Bosco, na Ribeira. Caetano Veloso conversará com o
público sobre a inserção da literatura brasileira em seu trabalho autoral e
será mediado pelo poeta Eucanaã Ferraz; mas não ficará apenas no palavreado, o
baiano fará uma apresentação musical. Da música, Marina Lima também fará
apresentação musical, em formato de pocket show, junto ao irmão e poeta Antonio
Cícero. Outro nome confirmado é o do poeta e músico José Miguel Wisnik, que
fará uma aula espetáculo sobre a poética de Vinícius de Moares; não esquecendo,
portanto, que este ano é o do seu centenário. Entre os escritores
brasileiros confirmados, ainda segundo notícias de Sérgio Vilar, estão os
romancistas Milton Hatoum, Rubens Figueiredo, Tatiana Salem Levy e João Paulo
Cuenca. O dramaturgo Ronaldo Correia de Brito e o jornalista Zeca Camargo são
outros dois nomes nacionais confirmados. Já, entre os nomes estrangeiros, dos mais
de catorze nomes vindos em parceria com a União das Cidades Capitais
Luso-Afro-Américo-Asiáticas (UCCLA), destacam-se José Eduardo Agualusa, José
Carlos Vasconcelos, Ana Paula Tavares, Germano de Almeida, Mario Zambujal, Tony
Tcheka e Ricardo Araújo Pereira.
>>> Brasil: Companhia das Letras publica a
culinária de Vinicius de Moraes
Nossas memórias afetivas passam por todos os nossos
sentidos, principalmente a recordação daquilo de que mais gostamos e que nos dá
prazer: a alimentação. Assim é a culinária, e assim foi essa experiência
para Vinicius de Moraes. Grande apreciador da boa vida e de suas belezas, o
poeta dedicava igual paixão por receitas, pratos e refeições. E isso desde a
meninice. Segundo de quatro irmãos, o carioca Vinicius foi criado a pudins e
lombinhos, e era de todos o que mais apreciava os sabores da casa materna ( já
revelando, desde cedo, sua legendária propensão ao hedonismo). As receitas da
infância nunca mais abandonaram o imaginário do poeta, que nelas pensava para
sentir conforto quando na solidão do estrangeiro em sua época como funcionário
do Itamaraty. Elaborado em três partes, Pois
sou um bom cozinheiro foi organizado pela família de Vinicius e conta com
prefácio de sua irmã Laetitia de Moraes. Revisitando memórias distintas, cada
parte do livro fornece receitas das mais diversas épocas da vida do poeta: a
infância num Rio de Janeiro quase interiorano, as cozinhas que frequentou e os
bares e restaurantes em que mantinha cadeira cativa - além dos bocados de que
mais gostava. Tudo maravilhosamente ilustrado por fotos, trechos de poemas e
depoimentos. Surge assim um Vinicius de Moraes que refaz sua vida (e obra)
através da comida. Dos pratos que lembram sua infância e que trazia à memória
ao sentir a profunda ausência do Brasil, quando longe daqui viveu, Vinicius
revivia em detalhes os vatapás e pudins que comia na casa da mãe e avó em
descrições irretocáveis o suficiente para que salivemos junto com ele. Também
das comidinhas favoritas que sabia cozinhar tão bem e descrevia com o amor do
diminutivo, o mesmo que usava para se referir aos seus parceiros e amigos de
vida e criação musical. Pois se, de acordo com o próprio autor, para se viver
um grande amor era preciso concentração, o mesmo devotava quando cozinhava ou
apenas saboreava um alimento. Uma dedicação e um trabalho árduo (mas
intensamente reconfortante) ao fazer o que mais amava: apreciar a vida.
>>> Irlanda: Morreu o poeta Seamus Heaney
Vencedor do Nobel de literatura de 1995, discípulo do poeta
Philip Hobsbaum, Heaney era considerado o poeta irlandês mais importante desde
W. B. Yeats. Filho mais velho de um agricultor católico, foi pouco a pouco se
afastando do ambiente rural da meninice, primeiro para os estudos, como aluno
interno, no St. Columb's College (graças a uma bolsa que recebeu em 1951), e,
depois, para frequentar a Queen's University de Belfast, onde participou de um
famoso grupo de "creative writing", organizado por Hobsbaum. Segundo
o professor e tradutor Paulo Vizioli, em artigo escrito para o Estado em
1998, Heaney era autor de versos precisos e cheios de frescor e tentava vencer
"o paradoxo de estar se servindo da linguagem culta da poesia para dar voz
a uma classe da qual sabe estar separado exatamente pelo domínio dessa
linguagem alheia a ela, num dilema parecido com o do poeta inglês Tony Harrison
ao procurar interpretar os sentimentos da classe operária da qual provém".
Ao anunciar o Prêmio Nobel, em 1995, a academia sueca destacou em sua obra a
"beleza lírica e profunda ética que exaltam os milagres do dia a dia e o
passado vivo". No Brasil, teve publicado em 1998, pela Companhia das
Letras, o volume bilíngue Poemas, com tradução de José Antônio Arantes.
>>> Estados Unidos: Novo filme de James Franco faz adaptação de romance de
Cormac McCarthy
O ator e diretor vem se especializando em adaptações de obras literárias.
Agora, pelo teaser divulgado hoje, o que Franco prepara é uma leitura do
romance Filho de Deus, de Cormac McCarthy. Aqui o vídeo, com
narração sinistra e um nervoso Scott Haze.
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