A utopia política dos pinholés
Por Thiago Gonzaga
Você pode dizer que sou um sonhador
Mas eu não sou o único.
John Lennon
Intifada dos pinholés (CJA Edições) é o
mais recente livro do escritor e artista plástico Aluísio Azevedo Júnior. É um
romance com uma linha muito tênue entre ficção e a nossa atual realidade. A
obra trata da necessidade de se fazer uma modificação na administração pública,
de maneira global, com a iniciativa partindo do próprio povo.
Intifada é um termo que poderíamos traduzir como "revolta”, ideia
frequentemente empregada para designar uma insurreição contra regime opressor.
Castanholas é a cidade fictícia onde se passa o enredo, construído com muita
desenvoltura e segurança pelo autor, que, além de tratar de questões político-filosóficas,
descontrai o leitor com períodos de humor estrategicamente ajustados à estória,
desenvolvida com perspicácia e talento.
O livro começa de forma lírica e criativamente poética, com uma
reunião em um pequeno bar, chamado “Pedacinho do Céu”, da proprietária Maria do
Céu, e frequentado pelos amigos Feliciano da Cunha Bueno e Antônio José Jorge
Dofredo. Nesse bate-papo cotidiano, em que brotam os mais variados assuntos,
filosóficos, políticos, religiosos e ideológicos, nasce o embrião da revolução
que atinge e motiva toda a cidade para esta questão, tudo através de um
simpático personagem com que o leitor irá se identificar.
A revolução na pequena cidade de Castanholas designa uma transformação
profunda, um movimento de grandes proporções, que rompe com o que existia até
então. Insurreição historicamente surgida das bases da sociedade e envolvendo
um grande número de pessoas, alterando as estruturas políticas, econômicas e
sociais. Poderíamos citar a própria Revolução Francesa, de 1789, como um
exemplo, que contou com o envolvimento popular nas cidades e no campo e
transformou a ordem vigente.
Nas palavras do autor, "a Intifada é um sonho de transformação. O
jovem que adormece, apenas para viver este sonho, representa a Esperança, a
certeza de que o futuro da comunidade será construído pelas mãos desalienadas,
solidárias, empreendedoras dos novos cidadãos."
Aluísio Azevedo Júnior confirma com seu romance a conhecida frase de
Aristóteles – "O Homem é um animal político". Sua obra nos leva a pensar e
interrogar nossa participação em questões políticas e em causas sociais de
importância coletiva, e ao mesmo tempo nos faz devanear com o pensador Inglês
Thomas More e sua clássica obra Utopia.
***
Com este texto, Thiago Gonzaga abre sua participação no Letras in.verso e re.verso. Thiago nasceu em Natal, é graduado em Letras e
especialista em Literatura Potiguar pela UFRN. Autor dos livros Nei Leandro de Castro 50: anos de atividades
literárias e Literatura Etc.
Conversas com Manoel Onofre Jr. Dentre os vários trabalhos inéditos que
possui destacam-se Novos Contistas
Potiguares e Personalidades
Literárias do RN. Como pesquisador da literatura do estado criou o Blog 101 livros do RN (que você precisa ler), com interesse por autores e livros
locais sob diversos aspectos.
Comentários
Olha, numa avaliação de 0 a 10 para seu texto devo dizer que dou um 3. E justifico. Seu texto está muito vago e não condiz com a pretensão de ser uma resenha crítica do livro. Não há sequer a demonstração de que você tenha de fato lido este livro do Aluisio. Tem falhas.
Fica devendo-nos dizer quem de fato é Aluisio, o que trata o texto dele e daí sua inserção crítica. No início você afirma que o romance lido tem um traço próximo com a realidade, o que você entende por realidade ou que realidade o texto evoca. Não diz. Enfim, falta consistência. Precisa melhorar.
Um abraço e boa sorte!
vou defender o Thiago. Pra que usar de tanta erudição ? pra mostrar que é culto ? Eu acho que ele já tá fazendo demais divulgando a nossa literatura.
abraços e parabéns pelo site.
Acho que o colega que criticou podia ler o livro e fazer algo melhor!
Como o Andrade falou lá em cima, divulgar ( e ler ) a literatura local ninguém quer, agora meter o pau não falta gente !
Quanto ao texto do Thiago lamento sua visão. Quem escreve e publica (ou não) deve está aberto às críticas. Elas são necessárias. Fazem parte do processo de maturidade. Aquele que não consegue recebê-las, perdão, desista enquanto é tempo.
É a crítica que possibilita aperfeiçoar-se e quem nunca consegue ouvi-la, dialogar, perde-se. É um vexame da sua parte dizer que eu estive "metendo o pau" no que Thiago escreveu. Os sensatos lerão meus comentários e compreenderão o que compreendo: os comentários foram no sentido de ajudá-lo. O texto está fraco, tem falhas e eu estaria sendo hipócrita ver isso e sair em elogios gratuitos; eu estaria sendo hipócrita em dizer que esse tipo de nota sobre um livro é motivadora para que eu busque o romance e leia.
Como disse, o texto é pobre. Se alguém me convencer do contrário, sou coerente para voltar atrás; se não, permanece o meu dito.
Visitem o site do escritor: www.aluisioazevedo.net
Esse livro tem lá na Nobel, em frente a minha escola (IFRN).
Que pena !
Agradeço muito suas observações , são de grande importância para mim, realmente concordo com tudo que vc falou e estou me colocando sempre a disposição para aprender com todos.
Apenas reforço que não sou critico literário. Sou apenas um leitor/colecionador de livros potiguares que tenta de alguma forma divulgar nossos autores e livros, embora muitas vezes as condições sejam adversas.
P.S.
Aos amigos, Adriano e Aluísio, minha gratidão e meu abraço.