As adaptações de “O grande Gatsby” para o cinema
Por Pedro Fernandes
Existiram, de então, outras três adaptações para a grande tela: uma em 1949; outra em 1974, a que reuniu mais estrelas até então e se fez com roteiro escrito por Francis Ford Coppola e elenco que reuniu Robert Redford, Mia Farrow e Sam Waterston nos papéis principais; e, agora, a adaptação de 2013 dirigida por Baz Luhrmann.
Filmado em 3D e com outro elenco de estrelas, a nova leitura inclui Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire, Carey Mulligan, Isla Fisher e outros, o que chama atenção pelo estilo do diretor, é uma estética do excesso. A época pede, mas Luhrmann deve tornar a coisa quase carnavelesca.
Recorte da primeira adaptação de O grande Gatsby para o cinema. Foi ainda em 1926, um ano depois de publicado o romance e os Fitzgerald ficaram insatisfeitos com a adaptação do estúdio Paramount. |
Dificilmente encontraremos por aí um texto que não inicie ou
dê contas mais adiante de que O grande
Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, é “o grande romance americano”; dos quatro textos que consultei para a confecção destas notas, todos, distintamente se guiam por essa caracterização. Se é assim descrito, não será erro
admiti-lo como sendo o melhor romance de F. Scott Fitzgerald, autor que publicou outras obras como O último magnata e Suave é a noite. O grande Gatsby saiu pela
primeira vez ao público em abril de 1925.
O enredo que conta a história de Jay Gatsby
volta a ser tema entre as principais matérias nos cadernos de cultura aqui e mundo
afora porque chega em maio, na abertura do Festival Cinema de Cannes 2013, e
depois nos cinemas mais uma adaptação do romance. No Brasil, a previsão de estreia é a primeira semana de junho. Se você também ainda não leu o livro, portanto, ainda dá tempo.
A partir das sínteses preparadas pelas editoras que publicam O grande Gatsby, acredito que é possível dizer que este é romance de ascensão e queda da esperança. O milionário que dá título ao livro
vive de dá festas na sua mansão a fim de reencontrar-se com Daisy, um grande amor do passado.
Narrado em
terceira pessoa por Nick Carraway, um amigo íntimo de Gatsby, a narrativa descortina os
pormenores do misterioso passado do magnata e da antiga relação amorosa, como a separação por
motivos financeiros e o envolvimento até o casório dela com o milionário Tom.
Os
limites desse amor pago é a grande
chama que movimenta a narrativa e faz dela sempre atual. As descrições da vida de uma classe de novos ricos estadunidenses são um caro registro de uma era de pura efervescência, a Era do Jazz, repetindo o eco de outro título da obra de Scott Fitzgerald.
Recorte da adaptação de 1949 do romance de F. Scott Fitzgerald dirigida por Elliott Nugent com os atores Aland Ladd e Betty Field (em destaque). |
Tão logo foi publicado, a história de O grande Gatsby ganhou uma adaptação para a
Broadway e um filme em Hollywood. E depois disso o romance tem colecionado releituras: já foi motivo para uma seriado na televisão americana em 2000 e diversos filmes.
Existiram, de então, outras três adaptações para a grande tela: uma em 1949; outra em 1974, a que reuniu mais estrelas até então e se fez com roteiro escrito por Francis Ford Coppola e elenco que reuniu Robert Redford, Mia Farrow e Sam Waterston nos papéis principais; e, agora, a adaptação de 2013 dirigida por Baz Luhrmann.
Filmado em 3D e com outro elenco de estrelas, a nova leitura inclui Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire, Carey Mulligan, Isla Fisher e outros, o que chama atenção pelo estilo do diretor, é uma estética do excesso. A época pede, mas Luhrmann deve tornar a coisa quase carnavelesca.
Recorte da adaptação de 1974, novamente dos estúdios Paramount. |
A adaptação de 1926 foi para o cinema mudo e até agora é dada como uma
produção perdida (restou um trailer que pode ser visto por aqui); ela recorre à peça produzida por Owen Davis para a Broadway. A de 1949, é mais elaborada. Mas as duas foram ofuscadas –
ou por que não dizer, apagadas – pelo brilho de estrelas das duas seguintes.
O
silenciamento para o filme primeiro tem suas razões; segundo conta Anne
Margaret, quando Scott e Zelda viram o filme em Hollywood eles próprios desgostaram e rebaixaram a
produção da Paramount. Numa carta escrita mais tarde, Zelda desabafa: “Nós fomos ver O grande Gatsby no cinema. É PODRE e
terrível, terrível e fomos embora.”
Bom, pelos dois trailers da produção de Luhrmann já conhecidos parece que a decepção de Zelda tem tudo ou para ser muito bem corrigida ou a pá de cal.
O livro só veio fazer o sucesso que faz e o obter o reconhecimento com essa marca de “o grande romance americano” nas edições publicadas muitos anos depois da morte do casal.
Aproveitando os novos recursos cinematográficos como os efeitos 3D, a Warner aposta numa releitura onde os efeitos especiais e o figurino são levados ao extremo de uma produção. |
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