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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

Ciclo de palestras em torno de grandes clássicos da literatura universal

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Entre março e junho próximos, grandes obras literárias, de escritores como Machado de Assis, Victor Hugo e Dostoiévski são o foco de um ciclo de palestras que ocorre a partir do próximo sábado na biblioteca Mário de Andrade, na região central de São Paulo. Serão 16 palestras no total que serão conduzidas por professores, tradutores e escritores. O tema do ciclo é o "Romance de formação: caminhos e descaminhos do herói" e tem como curadores os professores Marcus Vinicius Mazzari, professor de teoria literária da Universidade de São Paulo (USP) e Murilo Marcondes de Moura, professor de literatura brasileira da USP. Entendendo que o tema da "formação" indivíduo seja de relevância no âmbito da produção escrita de vários romancistas o ciclo quer pensar e discutir a questão a partir de uma perspectiva histórica e literária. Foram selecionados “clássicos de primeira linha” e convidados especialistas importantes na leitura das obras que se desdobrarão na mis

Musicar Manoel de Barros

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Por Pedro Fernandes Manoel de Barros e o músico Márcio de Camillo. Foto: Arquivo pessoal de Márcio de Camillo. Não é para qualquer um o trabalho de musicar um poema. Alguns que são gerados para esse fim, outros nem tanto, que o diga João Cabral de Melo Neto, embora seja quase natural deste gênero literário que, com ou sem rima, longo ou curto, ‘portar’ certa musicalidade. Sim, e mesmo a poesia áspera de Melo Neto foi parar nas cifras da música.  Há resultados que não agradam ao ouvido. Mas, entre nós, a lista de trabalhos notáveis é generosa. Autores como José Miguel Wisnik e Caetano Veloso, por exemplo, já compuseram canções a partir de poemas Gregório de Matos; Raimundo Fagner musicou Florbela Espanca, Cecília Meireles, Ferreira Gullar; ou ainda Adriana Calcanhotto com Waly Salomão e tantos outros. Difícil é não existir alguém da música, neste país, que não tenha ido beber na inesgotável fonte literária. Agora, outro músico amplia a lista: Márcio de Camillo. Depois de um pr

Claraboia, de José Saramago

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Por Pedro Fernandes Edição brasileira de Claraboia . Desde que foi publicado, em 2011, o livro já teve mais de cinco traduções estrangeiras. Resisti ao livro durante dois anos. Editado em 2011 no Brasil pela Companhia das Letras e desde então já  na minha prateleira de quase todos os livros de Saramago, digo que não fui eu quem venceu Claraboia , mas Claraboia que me venceu. Resisti o quanto pude por uma razão sincera já confessada tantas vezes ao longo desses dois anos entre os mais próximos. Sei que o bom da leitura é sim o da releitura e alguns romances do escritor já me passaram pelas mãos em releituras pelo menos seis, sete vezes (sem exageros, porque nada mais natural para quem se dedica estudar a obra de um determinado escritor); mas pensar em entrar na livraria e não saber que dali em diante não chegará mais novidades do seu autor favorito é um vazio e tanto. Sei que há planos ainda de que até o fim desse ano seja editado as poucas cinquenta páginas escritas para o

Quando a poesia vai buscar diálogo com a pintura – Carlos Drummond de Andrade e Candido Portinari

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Frontispício de  Quixote,  de Carlos Drummond de Andrade. O livreto foi editado no Rio de Janeiro em 1972. Entre 1956 e 1961, Candido Portinari produziu uma série com vinte e duas gravuras cujo foco eram duas personagens da literatura de Cervantes - D. Quixote e seu companheiro Sancho Pança. Quase vinte anos depois, em 1972, pela passagem do aniversário de 70 anos, Carlos Drummond de Andrade tomando por base as gravuras feitas pelo amigo pintor, lançou um livreto com 21 poemas. No ano seguinte, os poemas foram agrupados sob o título de “Quixote e Sancho, de Portinari” e publicados no livro As impurezas do branco . A construção dos poemas se confirma como uma leitura de dois vieses: o poeta ora olha o texto clássico do escritor espanhol, ora o conjunto da série de Portinari. A dinâmica das visões entrelaçadas no texto poético produz uma renovação nas duas imagens do Quixote, a do romance e a da pintura. Os desenhos foram todos feitos sobre cartão utilizando apenas lápis

Toda a poesia, de Paulo Leminski

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Por Pedro Fernandes Paulo Leminski. Foto: Dico Kremer Paulo Leminski. Não é necessário revirar muito a web para ler e saber sobre o poeta nem é preciso ir muito longe também para encontrar um verso, uma frase, um poema, qualquer coisa que seja de sua autoria. Confirma-se hoje o que há muito nunca se suspeitou: Leminski está já entre os grandes poetas brasileiros. Dizemos isso porque o escritor foi apresentado na cena literária como sendo fazedor de uma literatura menor, isso ao lado de nomes como Ana Cristina Cesar, Chacal, Cacaso, entre outros. O grupo, entretanto, contribuiu para ‘desinfetar’ o lugar do poema no Brasil. É que, mesmo depois da virada modernista quando a poesia ganhou outras feições e saiu do lugar do empolado, que fazer verso ainda era coisa de ‘iluminado’; a poema ainda era o texto dado para poucos e sua circulação feita em espaços próprios. Noutras palavras, despojou-se o verso, mas o poema permaneceu de paletó e gravata – estamos pensando aqui em nome

Promoção "Eu leio Leminski"

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O Letras in.verso e re.verso sorteia entre os amigos de sua fan page no Facebook um exemplar da edição Toda poesia , de Paulo Leminski, a ser publicada no próximo dia 28 de fevereiro, pela Companhia das Letras. A promoção é válida apenas para os amigos que estão em solo brasileiro e cumprirem com as etapas descritas a seguir: 1. Curtir a fan page do Letras no Facebook; 2. Compartilhar o banner da promoção, localizado no topo da time line; 3. Na fan page ir na aba “ Promoções ” (localizada abaixo da foto de capa da fan page) e clicar em “Quero participar” a fim de validar o processo. O sorteio será realizado via  sorteie.me  no dia 14 de março, às 19h, por ocasião do Dia da Poesia. O sorteado será contatado por mensagem para que providenciemos a entrega do prêmio.

Boletim Letras 360º #1

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Quem acompanha a página do Letras in.verso e re.verso no Facebook já está acostumado a todo sábado publicarmos um boletim dando contas do que circulou durante a semana aqui no blog. A nova coluna que se inaugura hoje cumprirá um propósito semelhante: o interesse é trazer o que foi notícia durante a semana lá no nosso Facebook para o blog. Como o boletim, a coluna sairá todos os sábados. Segunda-feira, 18/02 >>> Portugal: Está on-line a 9ª edição da revista Blimunda O número de fevereiro da revista da Fundação José Saramago é dedicado a Michel Giacometti, uma das figuras fundamentais na recuperação do patrimônio cultural português. Para o dossiê organizado por Sara Figueiredo Costa contou-se com a colaboração de quatro figuras do panorama musical que, acompanhados de fotografias cedidas pelo Museu da Música Portuguesa, traçam um percurso pelos caminhos trilhados por Giacometti. Somam-se ainda os resultados da primeira edição do Congresso ABC da Edição Digit

Camilo Castelo Branco em edições críticas

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Por Pedro Fernandes Ontem, 21 de fevereiro, a Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) deu a conhecimento do público de língua portuguesa os dois volumes da edição crítica de Camilo Castelo Branco; os lançamentos incluem dois títulos já bem conhecidos por aqui, Amor de perdição e O regicida . O trabalho é fruto de vários anos de pesquisa – pelo menos desde 2006, confirmou-nos a equipe responsável – e envolve hoje quatro pesquisadores da Universidade de Lisboa e um pesquisador brasileiro e cinco colaboradores, todos professores ou pós-graduados do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, que estudam os manuscritos de Camilo. Trabalho, certamente, árduo, tendo em vista que muito dos escritos do autor português foram várias vezes reescritos pelo próprio autor, como por exemplo, Amor de perdição , que sobreviveu a pelos cinco versões e a que os pesquisadores se detiveram é a última patente no acervo do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro. Só a saga

Lincoln, de Steven Spielberg

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Por Pedro Fernandes Quando as identidades entram em crise é natural que os mantenedores do poder simbólico entrem em cena para – com os fragmentos – engessar coisa que ainda a sustente. Parece ser repetir pela enésima vez isso com os estadunidenses. Se em todos os setores há uma constante reafirmação do statos quo da potência responsável pelo provimento do bom andamento da ordem mundial, também no cinema, os reforços não passam despercebidos até do observador mais leigo. Evidentemente não ser isto algo inédito. Mas, as produções de meados de 2012 para início de 2013 – uma olhada na lista dos concorrentes ao Oscar de Melhor Filme será suficiente para entender – deram uma lapidada nos cacos e reforçaram cada uma à sua maneira as formas de bendizer o seu país. Lincoln , de Steven Spielberg é um deles. E não seria blasfêmia acreditar que este é o grande favorito ao Oscar de Melhor Filme, mesmo estando concorrendo com outras produções muito mais significativas e dispensa

Anotações sobre o bom e o mau leitor

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Por Pedro Fernandes ilustração: Mateus Di Mambro Não é de hoje que andei pensando sobre as questões que vou enumerar a seguir: os que estão do lado da crítica têm certa facilidade para dizer se um escritor é bom ou ruim. Temos cá certas ressalvas que nos faz decidir por uma via ou por outra; com o tempo a prática se torna tão corriqueira que se torna técnica e somos mesmo capazes de dizer que um escritor é ruim sem nem mesmo sentar-se para ler integralmente algum escrito seu. Para a via contrária é impossível. E aí pode parecer que eu esteja caindo num paradoxo. Mas não. Há determinados fatores externos ao da leitura obrigatória e integral de um escritor que são definidores para dizer se ele é bom ou ruim, como a sua relação com a leitura, a sua forma de leitura do mundo, expressas em ocasiões como entrevistas, conversas informais etc. Mas, bons ou ruins escritores, não é sobre isso o que iremos tratar aqui. É que, da mesma forma que existem os bons e maus escritores haverá

Lorca entre marinheiros e máscaras

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Lorca com Pablo Neruda e outros amigos vestidos de marinheiro. Bueno Aires, 1934 Em seu livro  Lorca: The Drawings and Their Relation to the Poet’s Life and Work ,  Helen Oppenheimer analisa a figura do marinheiro em desenhos de Lorca e sua relação com sua escrita a título de verificar como na lide com a palavra o poeta traduz a natureza de sua identidade durante os anos de proximidade com Salvador Dalí. Na leitura, a autora ressalta o  caráter simbólico e útil da figura do marinheiro para a compreensão de jogo de representações identitárias. Oppenheimer lê o marinheiro como um símbolo de liberdade sexual, tanto no que se refere ao amor e à paixão quanto a liberdade criativa que em Lorca vê-se entrelaçada como uma forma de sua expressão sexual. Muitas vezes a palavra "amor" aparece nos desenhos com  marinheiros e eles podem servir para ilustrar essa associação vista pela pesquisadora. Há de se convir, entretanto, que o marinheiro não representa um amor possível, m