A confissão da leoa, de Mia Couto
Por Pedro Fernandes Quem tiver lido o conto “O caçador de ausências” fará uma relação imediata com este A confissão da leoa , o mais recente romance de Mia Couto, publicado aqui no Brasil. Um romance, aliás, com fôlego de conto. Essa constatação é útil para dizer que não estamos diante de um grande romance. A matéria textual ou mesmo a trama se reveste de uma simplicidade extrema e os acontecimentos não tem vigor suficiente para servirem a um propósito mais elastecido como é exigido do romance. Quando o máximo que pode alcançar é o estatuto de novela. Temos a sensação que escritor se beneficia de uma série de procedimentos meramente editoriais que serve ao texto como espuma para enchimento da ideia que o sustenta, que é a de caça a leões que no pequeno vilarejo moçambicano de Kulumani têm feito ataques às pessoas, em particular, às mulheres. O problema de A confissão da leoa , ainda nascido dessa simplicidade extrema, está no próprio formato da narrativa: a história é