Diagramas do humano constelam Ceará Mirim
Por Márcio de Lima Dantas Uma assinatura escritural Walter Benjamin, no ensaio “A imagem de Marcel Proust”, relembra que todas as grandes obras literárias ou inauguram um gênero ou o ultrapassam. Esse caráter de excepcionalidade de um texto adequa-se muito bem a um nosso arremedo de classificação dos textos que compõem o livro O Céu do Ceará-Mirim . Tal fusão de gêneros diversos já havia se manifestada no livro O Spleen de Natal , no qual poucas vezes a linguagem advinda do jornalismo, tradicionalmente vinculada à função referencial da linguagem, adquiriu, por meio de vários artifícios estilísticos, uma dimensão estética consubstanciada em uma dicção que ostensivamente (e naturalmente) faz irromper a função poética da linguagem, que, em certas passagens de alguns capítulos, passa a ser a dominante. Com efeito, aqui neste livro, é quase impossível não detectar um modo pertencente ao sistema literário: memorialística, crônica, poesia, autobiografia, confissões, ou reflexões