Paris-Manhattan, de Sophie Lellouche
Por Pedro Fernandes Até onde vai a admiração pessoal de alguém pelo trabalho de um artista? Será que somos, no itinerário da admiração, tão influenciados pelo trabalho do artista a ponto de vivê-lo como uma de nossas manias e obsessões? Duas perguntas caras para responder assim tão facilmente, no entanto, uma coisa certa: não há como explicar determinadas paixões e talvez não haja mesmo limite para admiração, tampouco possamos nos ‘livrar’ das influências. Em Paris-Manhattan , que é o primeiro longa metragem da francesa Sophie Lellouche, Alice é uma jovem parisiense que tem mais que admiração pelo cineasta Woody Allen. Os seus filmes não apenas são vividos pela personagem, como ela admite numa voz alter-ego da própria diretora, que eles são extremamente ricos pela capacidade de abordar as coisas mais comuns da vida humana no tom certo. E o diálogo costurado com a produção do cineasta é tanto que, não se restringe à conversa que a personagem mantém com um pôster e que vai