O barco da esperança, de Moussa Touré
Por Pedro Fernandes Há quem duvide que deixemos de ser nômades ainda num lugar remoto da história humana. O que não é verdade. Hoje ainda somos os mesmos daquele tempo de nomadismos. Com condições mais ‘aperfeiçoadas’ em alguns casos e noutros com condições mais dramáticas. Isso porque temos criado ao longo de nossa história formas das mais diversas de capitalismos e o nomadismo se tornou uma forma econômica de subsistência. Há algumas décadas, o Brasil foi um dos campões do fato: ia-se do Nordeste para o Sudeste e, não há dúvidas já de que muito da riqueza concentrada naquela região dependeu diretamente do esforço dos que lá foram; ia-se do Brasil para outros países – drama até tema de novela. Hoje, vêm do Sudeste para o Nordeste; vêm de outros países para o Brasil. Mundialmente migram não só por melhores condições de trabalho, mas devido às guerras, às ditaduras, aos fenômenos climáticos, às crises econômicas. No interior dessas questões, o mal que boa parte dos países