Carlos Drummond de Andrade, o cronista do vasto mundo
“Sempre gostei de ver o sujeito às voltas com o fato, tendo de captá-lo e expô-lo no calor da hora. Transformar o fato em notícia, produzir essa notícia do modo mais objetivo, claro, marcante, só palavras essenciais. Ou interpretá-lo, analisá-lo de um ponto de vista que concilie a posição do jornal com o sentimento comum, construindo um pequeno edifício de razão que ajude o leitor a entender e concluir por si mesmo: não é um jogo intelectual fascinante? E renovado todo dia! Não há pausa. Não há dorzinha pessoal que possa impedi-lo. O fato não espera. Então você adquire o hábito de viver pelo fato, amigado com o fato. Você se sente infeliz se o fato escapou à sua percepção.” Carlos Drummond de Andrade, Tempo vida poesia . Carlos Drummond em sua biblioteca particular. Foto: Jornal do Brasil. Os jornais foram porta de entrada para Drummond em todas as fases de sua carreira. Sim. Desde quando se constitui leitor a quando é o escritor conhecido. O fascínio pela beleza da palavr