Espelho, espelho meu, de Tarsem Singh
Por Pedro Fernandes O que seria de Espelho, espelho meu sem a rainha má de Julia Roberts? Talvez esse filme sirva como exemplar para uma coisa: espantar tédios. E só. E se só, já terá servido e muito. A ideia é benquista: voltar a um clássico popular coligido pelos Irmãos Grimm. A história todos já conhecem, inclusive a fala de efeito da rainha má - Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu? Mas, como todo grande conto de fadas dispõe de uma maleabilidade textual tão forte só justificável pelo fato de ter sua base na oralidade, Tarsem Singh capricha em algumas subversões e reinaugura o texto de 1812*. Essa reinauguração, sim, me é benquista. Agora, a história contada pelo ponto de vista da rainha má, brilhantemente interpretada por Julia Roberts (aliás, o que seria do filme sem a presença dela?), merecia ao menos um desfecho outro e não a bizarrice anticerebral aí apresentada. Mas, fiquemos por aqui e voltemos mais tarde para falar melhor disso. Evidentemen