Millôr Fernandes
Alguém perguntou no dia da morte de Millôr Fernandes, quem é Millôr Fernandes? A pergunta pode soar como uma dúvida sobre o desconhecimento da figura e, não perdendo esse sentido, mas ampliando-o - se no caso de uma pessoa instruída - soar como um deboche. Diferentemente de muitos escritores, a biografia de Millôr entrega um sujeito que viveu sem arroubos. Talvez eu não tenha autoridade para tanto, mas eu faria a mesma pergunta e com o sentido do deboche: quem, afinal, é Millôr Fernandes. O meu primeiro contato com os escritos seus vieram a partir da revista Veja e, ainda adolescente, nunca entendi a sua grafia. Parece que Millôr deu uma pausa por algum tempo no semanário e voltou anos depois. Reencontrei-me novamente com ele novamente aí e já leitor semi-formado, repito, nunca entendi sua grafia. Primeiro porque diziam-me - ou era meu ver que dizia - que aquela mistura de escrita com cartoom - ou seria cartoom com escrita? - era humor. E, se não me engano, homor faz as pessoas