2 poemas de Marize Castro
Duelo Quando em ti transbordo te fazes alheio a minha nudez. Sou vulnerável e nem te ouso atacar moço do março submerso em mim. Ainda é cedo para te proclamar livre. Já é tarde para adiar teu vôo. Não renuncio a ti ao teu montanhoso dorso onde em cada curva travo uma luta. Às vezes ganho. Às vezes sou vencida pelo teu silêncio de granito. O que há na vida que eu não te sirva? Pretensões felinas, não tenho. Aparo as garras que alcançam as margens. Estou destinada a este vão combate. Mas continuarei a te amar como um invento meu. Com toda a firmeza e fragilidade que inquieta os desafios. Quando chegarmos ao limite mais árido das nossas carnes te repudiarei de mim. Salvar-me-ei do fim. Deslizarei pelos trilhos do teu corpo de narciso. Entre lendas e amêndoas Menino narciso vacilo sempre que cintilas. Entre lendas e amêndoas oculto teu bastão. Além do alvo jaz uma inviolável paixão? _______________ In marrons crepons e marfins